As exportações de gado vivo não repetiram, em 2011, o bom desempenho de 2010. Após terem enviado 655 mil animais para fora do país em 2010, os exportadores de gado em pé venderam apenas 405 mil no ano passado.
Culpa da Venezuela, principal mercado do Brasil. O dólar especial para a compra de alimentos subiu no país vizinho, tornando as importações mais caras.
Além disso, a Venezuela elevou as compras de gado de outros países para estreitar ainda mais o relacionamento comercial na América Latina.
Após compra de 625 mil cabeças de gado do Brasil em 2010, os venezuelanos compraram somente 319 mil no ano passado.
O cenário para 2012 será de melhora, segundo Gastão Carvalho Filho, diretor da Boi Branco, uma das principais exportadoras de gado em pé do país.
Carvalho Filho prevê esse cenário melhor porque as eleições venezuelanas deste ano vão impulsionar as compras. Além disso, o Brasil está descobrindo novos mercados e ampliando o leque de exportações, que inclui inclusive vacas leiteiras, segundo ele.
O Egito, depois dos problemas internos vividos pelo país, será mais um destino das vendas brasileiras, devido a acordo acertado entre os ministérios de Agricultura brasileiro e egípcio.
Carvalho Filho acredita que esse será um bom local para exportações, apesar de o gado brasileiro disputar mercado com o europeu, atualmente com grande presença nas importações egípcias.
O exportador confia também no mercado de exportação de vacas leiteiras. A Boi Branco e a Bubras vão colocar 9.000 vacas girolando e 4.500 búfalas no mercado externo neste ano.
As exportações de gado em pé são um nicho de mercado e importantes porque garantem maior equilíbrio de preços e, consequentemente, mais renda para os produtores, diz ele.
Com renda, o pecuarista busca produtividade e maior conservação ambiental de suas propriedades, afirma o diretor da Boi Branco.
Na liderança:
A Brasil Foods liderou as exportações brasileiras no setor de carnes no ano passado, atingindo US$ 4,95 bilhões, 12% mais do que em 2010.
Segundo posto:
O grupo Marfrig (Seara, Marfrig e Mabella) obteve o segundo lugar, com US$ 2,85 bilhões. O JBS veio a seguir, com US$ 2,55 bilhões, seguido do Minerva (US$ 1,04 bilhão).
Veículo: Folha de S.Paulo