Avicultores tiveram prejuízo em janeiro

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Aumento significativo dos custos de produção e queda na demanda tornaram a atividade deficitária.


A elevação dos custos de produção - impulsionados pelo encarecimento do milho e da soja -, a queda na demanda e a maior oferta de frango no mercado interno provocaram prejuízos para os avicultores em janeiro. O preço médio pago pelo quilo da ave viva, em janeiro, R$ 1,55, ficou 18,42% inferior aos custos de produção.

De acordo com a consultoria Safras & Mercados, empresa especializada em análise do agronegócio, o aumento da oferta em um período de fraca demanda promoveu recuo de 20,5% na cotação do quilo do frango vivo em Minas ao longo de janeiro.

Segundo o analista da Safras & Mercados Fernando Henrique Iglesias, o cenário para a atividade avícola é considerado crítico e as empresas do setor já adotam medidas para controlar a oferta no mercado. No curto prazo não é esperada retomada dos preços.

"A avicultura enfrentou ao longo dos últimos meses demanda inferior à necessária para consumir a oferta disponibilizada, o que provocou desequilíbrio no mercado interno e a manutenção da queda de preços", diz Iglesias.

Ainda segundo o analista, mesmo com as medidas adotadas pelas empresas para controlar a oferta de carne de frango no mercado, como a redução do volume produzido, no curto prazo a tendência é de que os preços se mantenham abaixo dos custos de produção.

"As medidas para reduzir a produção necessitam de um tempo para impactar no mercado, por isso a tendência é de que os preços se mantenham em baixa pelo menos no começo de fevereiro. No decorrer do mês, é esperada retomada de parte da cotação, porém não muito significativa", acrescenta.

De acordo com Iglesias, a demanda menor em janeiro já era esperada pelo setor. O período tradicional de férias reduz o consumo de carnes, porém o impacto maior que o estimado inicialmente foi proporcionado pelo aumento significativo na produção em dezembro e pelo consumo menor no período. O volume excessivo gerado em dezembro, somado à produção de janeiro, ficou superior à demanda e promoveu a queda de 20,5% nos preços.


Recorde - Segundo a Safras & Mercado, a produção do setor avícola no país foi recorde em 2011. Ao todo foram geradas 12,86 milhões de toneladas de carne de frango, volume 4,47% superior às 12,31 milhões de toneladas produzidas em 2010.

Em dezembro foi registrado o pico produtivo, com volume de 1,13 milhão de toneladas, estabelecendo novo recorde mensal, superando as 1,11 milhão de toneladas produzidas em igual mês de 2010.

No início de janeiro, o quilo do animal vivo em Minas Gerais foi cotado a R$ 1,95. Já no fechamento do mês, o preço praticado no Estado ficou em R$ 1,55, queda de 20,5% ou R$ 0,40 por quilo do animal vivo.

De acordo com Iglesias, o custo médio de produção do quilo do animal vivo está em torno de R$ 1,90. O preço recebido pelos avicultores em janeiro ficou 18,42% inferior aos custos de produção.

"A situação dos produtores é crítica. Além da queda no valor recebido pelo animal vivo, eles ainda estão convivendo com custos de produção elevados. A rentabilidade está comprometida e a tendência é de que a situação se mantenha desfavorável em fevereiro", observa Iglesias.

Segundo a Safras & Mercados, para fevereiro é esperada pequena alta nos preços do frango, porém o índice de reajuste não será suficiente para superar os custos de produção.

A expectativa é de que o quilo do frango vivo encerre o período com alta de 6,5% e preços a R$ 1,65, valor ainda 13,15% abaixo do custo médio de produção. A demanda será alavancada pelo final do período de férias.


Veículo: Diário do Comércio - MG


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