A previsão é de que a produção de carnes, leite e derivados vai se expandir significativamente
As expectativas em relação ao desenvolvimento da ovinocaprinocultura em Minas, nos próximos anos, são positivas. Após a regulamentação da produção de derivados, feita pelo governo do Estado em 2011, com a aprovação do projeto de lei chamado "Leite Legal", os produtores já estão investindo na regulamentação da atividade. Somente em 2012 a produção formal de leite de cabras deverá ser triplicada. Hoje são produzidos em média 30 mil litros por mês.
De acordo com a presidente da Associação dos Criadores de Caprinos e Ovinos de Minas Gerais (Caprileite/Accomig), Aurora Maria Guimarães Gouveia, com a regulamentação da produção de derivados a produção mineira de carnes, leite e demais produtos deve expandir significativamente nos próximos anos.
"A criação da lei estadual de derivados abriu uma enorme porta para a ovinocaprinocultura que estava fechada há 39 anos. Agora poderemos divulgar os produtos e incentivar o consumo, já que os envolvidos na atividade poderão oferecer itens que obedecem a um padrão de qualidade e sanidade", comemora Aurora.
Com a aprovação da lei, vários produtores do Estado já estão buscando a regulamentação da atividade. De acordo com a associação, o processo ainda é lento devido às exigências de documentação. Até o momento, dois produtores estão reunindo os documentos, um já está em processo de regulamentação e outro entrando no processo agora.
"A ovinocaprinocultura mineira dará um grande salto com a regularização da produção de derivados. Isto pelo Estado já ter tradição na caprinocultura de leite e estar expandindo para o corte e para a produção de ovelhas. Nossa lei é moderna e já abrange estas atividades", acrescenta.
Núcleos - Um dos principais estímulos à produção será a criação de núcleos regionais, que irão organizar a produção. De acordo com Aurora, a princípio serão quatro unidades instaladas em regiões de referência, que irão atender a produtores localizados a até 150 quilômetros.
O projeto será desenvolvido em parceria com a Caprileite/Accomig, Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) e sindicatos dos produtores rurais locais. As primeiras unidades serão instaladas em Florestal e Itabirito, ambas na região Central, Caxambu, no Sul de Minas, e Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri.
"Estamos otimistas e com muitos desafios pela frente. Escolhemos estas regiões devido à presença de indústria para receber e processar o leite gerado na região. Com as parcerias iremos estruturar a produção e capacitar os envolvidos", explica Aurora.
De acordo com Aurora, a produção de leite de cabra em Minas é crescente e deve triplicar até o final do ano. A média produtiva é de 30 mil litros de leite formal por mês. Atualmente, são 2 mil produtores cadastrados no IMA e, destes, 135 são associados à Caprileite/Accomig.
A criação dos núcleos tem também o objetivo de atrair novos associados de variados portes. Em 5 de maio será inaugurada a unidade de Florestal. Durante o evento será realizado um Dia de Campo, que irá apresentar a atividade.
Tecnologia - "Devido à falta de regulamentação estadual, acreditamos que tanto a produção como o número de caprinocultores no Estado sejam bem superiores ao registrado. Com a instalação dos núcleos queremos atrair estes produtores e fazer um diagnóstico completo da atividade, o que é fundamental para identificar os gargalos e buscar soluções, como por exemplo, a aplicação de tecnologia", diz Aurora.
Ainda segundo Aurora, a demanda pelos produtos é grande e os preços pagos aos produtores vantajosos. O litro de leite de cabra é comercializado em torno de R$ 3, enquanto o de vaca é avaliado em torno de R$ 1. Outro produto vantajoso é o queijo, com preços que variam entre R$ 30, no caso do produto fresco, e R$ 100, para os finos.
Veículo: Diário do Comércio - MG