A indústria frigorífica argentina ainda não recebeu o sinal verde do governo de Cristina Kirchner para importar suínos e derivados, cujas operações estão praticamente paralisadas desde 1º de fevereiro. A tendência, porém, é de que o volume a ser permitido não alcance a cota proposta pelo Brasil entre 3 mil a 3,5 mil toneladas por mês. "Se o governo aceitar nosso acordo, a média ficaria em umas 2 mil toneladas por mês entre carne e toucinho", disse uma fonte da indústria.
O acordo entre os frigoríficos e produtores foi entregue ao secretário de Comércio Interior, Guillermo Moreno. O governo solicitou, no entanto, a inclusão no texto de um compromisso por parte da indústria de compensar as importações com exportações no mesmo valor. Moreno também pediu que o acordo explicitasse a proibição de importar produtos terminados e carne com osso e estabelecesse a obrigatoriedade do setor de apresentar listas de preços à secretaria.
Foi incluída, ainda, a proibição de importar tripas de bovino para estimular a produção local. O principal fornecedor de tripas para o país é o Paraguai, que será prejudicado pela medida. "Tivemos de nos reunir novamente, hoje [ontem] para assinar o novo documento e encaminhar ao secretário, mas até o momento não tivemos resposta", disse a fonte. O secretário Moreno esteve ontem em São Paulo, chefiando uma delegação de empresários para uma rodada de negócios, mas não concedeu entrevista. A indústria e os produtores parecem ter limado as diferenças para chegar a um consenso sobre o volume de importação, especialmente porque o setor trabalha com 25% de sua capacidade e a produção nacional de suínos não é suficiente para atender a demanda interna.
Veículo: DCI