As exportações brasileiras de carne suína caíram 13,9% em abril na comparação com mesmo mês de 2011, para US$ 125,21 milhões. Segundo dados divulgados ontem pela Abipecs, entidade que representa os exportadores, o país embarcou no último mês pouco mais de 47,7 mil toneladas do produto, volume 6,3% menor do que o apurado um ano antes. Além disso, o preço médio desabou 8,1%, para US$ 2.569 por tonelada.
No acumulado do ano (janeiro a abril), a receita de exportação teve queda de 3,5% em relação ao primeiro quadrimestre de 2011, para US$ 440,5 milhões. Já o volume embarcado aumentou 1,4%, para 169,1 mil toneladas na mesma comparação. Esse aumento, entretanto, foi mais do que anulado pela queda de 4,8% no preço médio, que ficou em US$ 2.569 mil por tonelada no período.
O presidente da Abipecs, Pedro de Camargo Neto, classificou o resultado como "frustrante" e atribuiu o fraco desempenho aos impasses comerciais, sobretudo com Rússia e Argentina. "São questões que permanecem sem solução. A Rússia, principalmente, é um mercado que faz muita falta", afirmou.
Há quase um ano, a Rússia impôs embargo a dezenas de plantas exportadoras de carne do Paraná, Mato Grosso e Rio Grande do Sul, alegando problemas sanitários. À época, das 21 fábricas que estavam autorizadas a exportar carne suína para este mercado, apenas uma unidade, em Santa Catarina, não foi afetada pela suspensão.
O embargo foi relaxado ao longo dos últimos meses. Atualmente, quatro unidades estão liberadas, razão suficiente para que a Rússia voltasse a ocupar o posto de principal destino da carne suína brasileira.
Em abril, a Rússia respondeu por 29,1% dos volumes embarcados e por 33,6% da receita de exportação do segmento, à frente de Ucrânia e Hong Kong. Mesmo assim, as pouco mais de 33 mil toneladas enviadas para a Rússia representam uma redução superior a 55% ante o mesmo período do ano passado.
Veículo: Valor Econômico