A Argentina suspendeu ontem o embargo à carne suína do Brasil, de acordo com o ministro da Agricultura do Brasil, Mendes Ribeiro Filho, que recebeu a notícia do embaixador argentino no país, Luis Maria Krekler.
O deputado Osmar Terra (PMDB-RS) também havia recebido a mesma informação do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Fernando Pimentel. "Logo depois que o governo brasileiro começou a bloquear dez produtos argentinos na semana passada, ele teve a notícia de que a Argentina estaria liberando a entrada de carne suína", afirmou, referindo-se à inclusão de dez produtos na lista de licenciamento não-automático na última semana.
A licença não-automática é um mecanismo de comércio exterior que concede ao país a permissão para avaliar com maior rigor a entrada de determinado produto, o que pode retardar sua entrada no país importador.
A suspensão do embargo argentino à carne suína brasileiro já era esperada. O Valor informou na semana passada que o fim das barreiras comerciais ao produto foi fruto de reunião entre autoridades do governo Cristina Kirchner e ministros do governo Dilma Rousseff.
Mesmo assim, Pedro de Camargo Neto, presidente da associação que representa os exportadores brasileiros do produto (Abipecs), pediu calma. "Vamos com cautela. Temos que aguardar o que realmente foi liberado". Ele lembra que, sobre a mesa de negociações, havia a possibilidade de que uma cota mensal de exportações fosse estabelecida ou que a liberação fosse total.
O comércio para a China também recebeu um fôlego extra, já que o país asiático autorizou as importações de carne suína desossada de um frigorífico que pertence à BRF-Brasil Foods localizado em Uberlândia (MG). Agora, são quatro frigoríficos nacionais permitidos a exportar para o mercado chinês. Das três plantas que já estavam habilitadas, duas estão em Santa Catarina e outra em Goiás.
A missão formada por autoridades sanitárias chinesas que visitaram a planta em Minas Gerais foi realizada no fim de 2010. A partir do intercâmbio de informações realizado na ocasião, o Ministério da Agricultura aguarda que outros 14 estabelecimentos nacionais sejam autorizados a exportar carne suína para a China ainda no primeiro semestre deste ano.
Veículo: Valor Econômico