O mercado externo não está favorável neste ano aos países exportadores de carne bovina, o que tem dificultado ainda mais a recuperação dos argentinos.
A Argentina, até há pouco tempo um dos países mais importantes no mercado internacional, está com queda de 20% no volume de carne "in natura" exportada até maio em relação a igual período anterior, segundo a Senasa (órgão do governo).
Tradicional vendedor de carnes nobres, como a cota Hilton, os argentinos exportaram somente 9.923 toneladas desse produto neste ano, 17% menos do que de janeiro a maio de 2011.
Se considerados todos os produtos derivados da pecuária, a queda é de apenas 5% neste ano. Isso porque o setor de leite continua com bom desempenho.
Nos cinco primeiros meses do ano, os argentinos colocaram 99,7 mil toneladas do produto no mercado externo, 18% mais do que no ano passado.
O Brasil é um mercado importante para os argentinos, que conseguiram vender 14,5 mil toneladas de leite aos brasileiros. Esse volume, no entanto, tem queda de 24% em relação ao de igual período do ano passado.
O Brasil tem sido um bom mercado para produtos lácteos argentinos, uruguaios e até chilenos. Medidas do governo e o real mais fraco têm dificultado essas vendas.
O Brasil, que era o segundo principal mercado para os argentinos em 2011, caiu para o terceiro posto neste ano.
A Alemanha é o principal mercado para a cota Hilton, comprando 63% do total exportado pelo país vizinho.
Já o Chile lidera as compras de carnes frescas, com importação de 11 mil toneladas das 39 mil exportadas nos cinco primeiros meses deste ano.
O Brasil não participa do mercado de cota Hilton da Argentina, mas é o quarto maior mercado para a carne "in natura" dos vizinhos.
As receitas totais do setor de carnes e leite alcançaram US$ 2,4 bilhões neste ano, 7% menos do que no anterior.
Veículo: Folha de S.Paulo