Órgão antitruste planeja fazer um estudo detalhado sobre volume elevado de fusões e aquisições.
O presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Vinícius Carvalho, informou ontem que o órgão antitruste irá realizar um estudo detalhado sobre o setor de frigoríficos, que vem registrando um volume considerável de fusões e aquisições nos últimos anos. Após reunião com membros da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), Carvalho disse que o segmento de abate de carnes terá um acompanhamento especial por parte da autarquia.
"Nós também já tínhamos essa preocupação. Sempre que um determinado setor apresenta muitas operações de concentração, o Cade fica alerta", afirmou o presidente.
Segundo ele, os parlamentares da FPA ficaram de encaminhar ao órgão de defesa da concorrência todas as notícias referentes a fusões e aquisições do setor, enquanto o Cade se comprometeu a buscar a assinatura de Acordos de Preservação da Reversibilidade da Operação (Apros) nos processos onde houver riscos de prejuízo à ordem econômica.
Além disso, o novo Departamento de Estudos Econômicos da autarquia irá elaborar um relatório detalhado sobre o setor de frigoríficos. "Será o primeiro estudo setorial do Novo Cade. Apesar da nossa ainda pequena estrutura, temos capacidade de acompanhar de perto o setor e temos os instrumentos para agir se necessário", observou Carvalho.
Segundo ele, o Cade também deve concluir até o fim do ano um estudo que já vinha sendo feito sobre o setor de distribuição de combustíveis, mas que teve que ser paralisado durante a transição para o novo sistema de defesa da concorrência, que entrou em vigor no dia 29 de maio. O presidente revelou que outros setores também serão alvo do órgão, mas não quis revelar por enquanto quais serão eles.
A primeira reunião do Novo Cade acontecerá na próxima quarta-feira e estão pautados dezenas de casos do estoque de processos que seguem as regras antigas de análise posterior ao fechamento dos negócios. Entre os destaques, está a aquisição da cimenteira de origem portuguesa Cimpor do Brasil pela Camargo Correa e a operação da Petrobras com a Vale para a exploração de potássio em Sergipe. (AE)
Veículo: Diário do Comércio - MG