Uma missão de veterinários russos está confirmada para visitar o Brasil no próximo dia 23. A equipe do Rosselkhoznadzor vai vistoriar as condições sanitárias de estabelecimentos exportadores de carnes por duas semanas. A informação é do secretário de Relações Internacionais do Agronegócio (SRI), do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa), Célio Porto, que esteve reunido na semana passada com as autoridades agrícolas russas em Moscou.
Na audiência com vice-ministro da Agricultura da Rússia, Ilya Shestakov, o governo russo solicitou um detalhamento sobre o pleito de concessão de cota de exportação de trigo, a tarifa zero, para o Brasil.
Já na reunião com o chefe do Serviço Veterinário russo, Sergey Dankvert, o secretário brasileiro disse que ele reconheceu que houve avanços do serviço veterinário tanto na fiscalização quanto na adequação das empresas exportadoras brasileiras às normas sanitárias daquele país.
Célio Porto lembrou que desde outubro do ano passado o Ministério da Agricultura desabilitouá70 unidades exportadoras que estavam autorizadas a vender para a Rússia e cujos relatórios de inspeção demonstraram a não conformidade com os requisitos sanitários russos.
Embargo - "Considero que mais um passo importante foi dado nas tratativas com a Rússia para remover o embargo sobre as exportações de carnes do Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso e a vinda da missão técnica permitirá comprovar atendimento aos requisitos russos, propiciando a remoção da suspensão comercial", analisa o secretário da SRI. A interrupção do comércio de carnes nesses estados do completa 13 meses no próximo dia 15 de julho.
Mesmo com os embargos da Rússia e da Argentina às carnes suínas brasileiras, as exportações cresceram no primeiro semestre do ano. O volume vendido neste período alcançou 229 mil toneladas de carne in natura, crescimento de 0,5% em relação ao primeiro semestre de 2011. O preço médio das vendas externas registrou R$ 5.525 a tonelada nos primeiros seis meses deste ano, incremento de 19% comparado ao mesmo período de 2011, que foi de R$ 4.648/t.
De acordo com Célio Porto, "os entraves com os dois países vinham sendo apontados como parte das causas da crise vivida pela suinocultura brasileira e os números de exportações demonstram o contrário".
No caso da Argentina, já começaram a ser liberadas as guias de importação e a meta é alcançar, no 2º semestre deste ano, 27,2 mil toneladas de carne suína in natura, industrializada e miudezas, volume equivalente a regularização do comércio com o país vizinho.
Veículo: Diário do Comércio - MG