Entrada no setor de frangos no Brasil deve ajudar empresa a alcançar faturamento 15% maior, segundo o presidente da companhia
O grupo brasileiro JBS, maior produtor de carne do mundo, prevê fechar o ano com uma receita de R$ 72 bilhões, um crescimento de 15% em relação ao ano passado. De acordo com o presidente do grupo, esse crescimento se dará tanto pela expansão dos negócios já existentes quanto por aquisições.
Uma das apostas da companhia para esse crescimento é a venda de frangos, na qual entrou este ano no Brasil com o arrendamento das operações da problemática Doux Frangosul - a compra definitiva dependeria de uma auditoria nos números da empresa. A empresa já era forte nesse mercado no exterior, após a compra da gigante americana Pilgrim's Pride.
Para Wesley Batista, mesmo com a elevação dos preços dos grãos no mercado internacional, o que encarece a produção de frango, a atividade traz bons resultados para a companhia. "Esperamos altíssimo retorno com o negócio de frango no Brasil", afirmou, em entrevista à Agência Estado.
De qualquer forma, a alta no custo de produção, segundo ele, será repassada ao consumidor. "Não é fácil fazer isso, mas teremos de repassar", afirmou.
Questionado sobre se a opção de diversificar a produção em carne bovina, suína e de frango é uma estratégia acertada, num momento em que alguns desses setores passam por dificuldades, Batista foi taxativo ao afirmar que essa diversificação permite à empresa reduzir seus riscos. Para ele, essa estratégia tem levado a empresa ao sucesso.
Em relação especificamente à carne bovina, o executivo diz que o setor colhe os resultados obtidos com a retenção de matrizes (quando o produtor evita o abate de fêmeas para permitir uma maior reprodução do rebanho), que levou a uma maior disponibilidade de animais. Esse ciclo positivo, segundo ele, deve se manter nos próximos anos, elevando a produtividade e favorecendo as margens. Isso já será visto nos resultados neste segundo semestre, de acordo com o executivo.
Embarques. Quanto às dificuldades enfrentadas pelo agronegócio para embarcar e desembarcar produtos nos portos, em meio a greve de fiscais e limitações de movimentação por conta de leis trabalhistas, Batista disse que a empresa tem conseguido embarcar "volume expressivo", ainda que "abaixo do esperado". "Isso atrapalha o setor e atrapalha o País", avaliou.
Em 2012, a JBS completa cinco anos de abertura do capital e, segundo Batista, a empresa teve um ciclo de muitos investimentos, que permitiram a expansão do grupo. "O momento agora é de colher frutos", declarou.
No tocante à Argentina, Batista avalia que o setor ainda enfrenta dificuldades no país, e por isso não há planos de expansão na região. "Há cerca de dois anos tínhamos cinco operações na Argentina; hoje, apenas uma. Isso mostra o mau desempenho e que a Argentina continua ruim", disse. Mas Batista diz que o país vizinho tem imagem reconhecida como produtor de carne, e por isso a empresa continuará presente lá para quando o setor voltar a crescer.
Veículo: O Estado de S.Paulo