Processo de reestruturação inclui aposta em produtos de marca própria, o Minerva Foods, e reforço da logística
Num prazo de cinco meses, a partir de agosto, os produtos da Minerva estarão de cara nova emtoda a rede de 25 mil pontos de venda onde chegam no Brasil. É que a companhia acaba de dar pontapé à reestruturação da marca e trabalhará para ser conhecida comoMinerva Foods—antes Minerva Alimentos, e reconhecida ainda por parte do mercadocomofrigorífico Minerva.
Por trás do que parece uma simples mudança de nome, o segundo maior exportador de carne bovina do país quer reforçar identidade no segmento de alimentos com pelo menos dois objetivos: trabalhar, no futuro, a comunicação direta de seus produtos junto ao consumidor final e, também, consolidar o braço de negócios de distribuição de produtos de terceiros.
A nova marca foi lançada ontememBarretos (SP), onde está a sede da companhia e que recebe a tradicional Festa do Peão. “Realizamos eventos nessa semana para estreitar relacionamentos com investidores, produtores e inclusive operadores portuários”, disse Fernando Galletti de Queiroz, diretor presidente da Minerva Foods. “Para os cerca de 60 investidores que estiveram por aqui, é uma oportunidade de conversarem diretamente com pessoas que ficam no dia a dia da operação, normalmente falam apenas com o departamento de relação com investidores. Esse contato é importante para mostrar que há alinhamento entre discurso e prática”, reforçou o empresário da companhia, que obteve receita bruta de R$ 1,141 bilhão no segundo trimestre do ano.
Distribuição
O efeito da nova identidade trará retornos positivos, espera a cúpula da companhia, para o negócio de distribuição de produtos de terceiros que, apenas em 2011, cresceu 70% em volume. O carrochefeda distribuição ainda é a carne bovina da Minerva Foods, que representa70%do volume movimentado no mercado interno.
Já os itens de terceiros representam25% do volume distribuído. Entramnessa lista, por exemplo, cortes de frango in natura da Sadia e margarina da Bunge. “A maior parte dos produtos é in natura, a única exceção é a margarina”, diz Fábio Teixeira, gerente de marketing da Minerva Foods.
Outro movimento importante nesse momento é a preparação de terreno para trabalhar a marca junto ao consumidor final. No entanto, o prazo não é ainda estipulado pelos executivos da empresa. “Não vamos nos aventurar a falar com o consumidor final nesse momento, antes de definirmos uma estratégia clara. Trabalhar esse público é complexo e vamostrabalhar primeiro a comunicação com a rede varejista, que pode colaborar para formar opinião do consumidor final”, explica Teixeira. Embora haja nova identidade da empresa, as marcas Minerva, Pul (vendida no Uruguai) e Friasa (no Paraguai) continuarão existindo, apenas sob o guarda chuva reforçado da nova denominação da companhia. O movimento segue o ritmodo mercado, onde concorrentes como o JBS se mexeram para conversar com o consumidor final recentemente. Além disso, ocorre no ano que a Minervacompleta duas décadas. “Trata-se de um marco histórico.”Vale lembrar que, apesar da reformulação da marca, a empresa não pretende ampliar atuação em processados
por enquanto.
Veículo: Brasil Econômico