O mercado físico do boi gordo apresentou valorização dos preços praticados em São Paulo. Segundo o analista da consultoria Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, os frigoríficos de menor porte, diante da dificuldade para compor suas escalas de abate, se vêem obrigados a elevar o preço de compra.
A média semanal de preços entre os últimos dias 20 e 23, em Minas Gerais, foi de R$ 87,12 a arroba, livre, a prazo. Em São Paulo, a arroba foi cotada a R$ 92,45, livre, a prazo. Em Mato Grosso do Sul, a R$ 87,37. Em Goiás, a arroba ficou em R$ 86,00, livre, a prazo. Em Mato Grosso, a R$ 82,50. O preço médio semanal do corte dianteiro no atacado foi de R$ 4,92 e o de traseiro, a R$ 7,26.
Já os frigoríficos de maior porte ainda dispõem de condições mais apuradas para negociar e não mostram tantas dificuldades; os confinamentos próprios e os contratos de boi a termo ainda alimentam as escalas de abate. Os pequenos frigoríficos não têm as mesmas condições e acabam pagando mais pela arroba do boi gordo.
Os preços no mercado atacadista ainda deixam a desejar. Os pecuaristas seguem reticentes em negociar o boi gordo nos preços vigentes, aguardando melhores condições de negociação.
As escalas de abate não apresentam avanços tão significativos, fator que será determinante na evolução dos preços no mercado físico. "O mercado físico do boi gordo pende para a continuidade deste movimento durante os próximos dias, considerando as escalas de abate encurtadas. Nesse caso, a demanda sazonal durante o próximo período de virada de mês será preponderante para a continuidade do movimento altista", avalia Iglesias.
As escalas de abate encontram-se entre três a cinco dias, e os frigoríficos já começam a atuar de forma mais agressiva. A perspectiva é que a valorização dos preços seja intensa antes da virada de mês, considerando que os frigoríficos vão se preparar para a demanda sazonal.
O mercado do boi gordo, regulado pela ponta do consumo, apresenta discreta redução da oferta. Essa queda de oferta de gado para abate está relacionada à longa estiagem, que prejudica as pastagens e, com isso, os animais perdem peso, o que torna pouco interessante o descarte.
Veículo: Diário do Comércio - MG