O mercado brasileiro de frango encerrou a penúltima semana de agosto registrando cotações estabilizadas. De acordo com o analista de Safras & Mercado, Fernando Iglesias, os produtores não conseguiram recuperar preços nos últimos dias diante da alta nos custos, o que pode acontecer, entretanto, nesta semana, durante o período de virada de mês.
"Tivemos uma semana em que a oferta esteve mais ajustada à demanda, sem grandes excedentes no mercado, o que contribuiu para a estabilidade", diz. No lado de demanda, entretanto, Iglesias acredita que possa haver uma retração no consumo caso os preços permaneçam em elevação daqui para frente.
"O mercado vive uma encruzilhada, pois tem trabalhado com custos extremamente elevados, diante da alta de insumos como milho e soja, e com necessidade de repasse. Mas se o preço subir no atacado, ele aumentará de forma ainda mais rápida no varejo. O consumidor final não deixará de consumir o produto, muito embora possa fazê-lo em menor intensidade, devido ao preço mais caro", alerta.
O fator preço vem preocupando também a União Brasileira de Avicultura. Segundo o presidente da entidade, Francisco Turra, o varejo tem extrapolado nos valores cobrados por certos cortes de frango junto ao consumidor final. "Enquanto empresas e pequenos produtores do setor avícola lutam diante de um dramático aumento de custos, alguns estabelecimentos do varejo se aproveitam para explorar o bolso do consumidor", argumenta.
Dificuldades - Iglesias informa que o setor continua com dificuldades no cenário exportador, tendo embarcado apenas 153,7 mil toneladas nos 13 primeiros dias de agosto, com uma receita da ordem de US$ 271 milhões, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic). "Esse volume indica que possivelmente os embarques não serão muito expressivos também neste mês, a exemplo do que foi observado em julho", destaca.
A análise de Safras indica que os preços do frango vivo apresentaram estabilidade ao longo da semana. Em São Paulo o quilo vivo foi cotado a R$ 2,40 e em Minas Gerais a R$ 2,50, mesmos valores da semana passada. O preço do frango vivo na integração catarinense seguiu em R$ 2,10, mesmo valor da semana passada.
O quilo vivo foi vendido a R$ 2,20 na integração do Rio Grande do Sul, mesmo valor da semana passada. No Paraná, o quilo também se manteve em R$ 2,20 na integração (oeste do Estado). No Distrito Federal o quilo vivo foi cotado a R$ 2,45, mesmo valor praticado em Goiás. Em Mato Grosso do Sul o quilo vivo permaneceu em R$ 2,40. Em Pernambuco o quilo vivo seguiu em R$ 2,70. No Ceará a cotação do quilo vivo se manteve em R$ 2,60, enquanto no Pará o quilo vivo continuou em R$ 2,80.
Veículo: Diário do Comércio - MG