Com a aquisição do Frigomerc, anunciada na noite de segunda-feira, o Minerva Foods pode triplicar suas exportações de carne bovina a partir do Paraguai.
Segundo o diretor financeiro do frigorífico brasileiro, Edison Ticle, a receita anual com os embarques provenientes do país vizinho deverá oscilar entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões após a concretização do negócio. Em 2011, segundo dados do governo paraguaio, o Minerva exportou o equivalente a US$ 64,8 milhões do país - cerca de 8% das exportações locais de carne.
"Com a compra, seremos o primeiro ou o segundo maior exportador de carne bovina do Paraguai e um dos cinco maiores exportadores do país, considerando todos os setores", afirma Ticle.
Segundo o executivo, o Paraguai tornou-se um mercado atraente para investimentos na produção de carnes. A primeira razão é que o preço do boi gordo (responsável por até 80% dos custos de um frigorífico) está, em média, 10% abaixo do praticado no mercado brasileiro. Além disso, o custo da mão de obra "tão ou mais qualificada que a brasileira" é até 15% mais barata.
Ticle afirma ainda que o "ambiente de negócios no Paraguai é muito mais amigável e racional do que no Brasil. As leis trabalhistas são muito mais flexíveis e a legislação tributária é muito mais amigável". No país vizinho, explica, a empresa paga apenas dois tributos - o Imposto sobre Valor Agregado e o Imposto de Renda.
O executivo afirma ainda que a receptividade às exportações de carne bovina do Paraguai está crescendo, apesar dos recentes problemas com a febre aftosa. "O foco ficou restrito a uma região, tanto que os mercados se mantiveram abertos e o único que fechou, o Chile, deve reabrir até o fim do mês", disse Ticle.
O Minerva pagou US$ 35 milhões pelo Frigomerc, que tem um faturamento da ordem de US$ 150 milhões. Ontem, as ações da companhia fecharam em queda de 0,66%, a R$ 10,50, na BM&FBovespa. No ano, as ações acumulam uma alta expressiva de 108%.
Veículo: Valor Econômico