O aumento dos custos de produção está impactando a atividade em Minas Gerais.
O aumento dos custos de produção continua impactando de forma negativa a avicultura em Minas Gerais. De acordo com dados levantados pela consultoria Safras & Mercado, o segmento segue trabalhando com a margem de lucro comprometida, uma vez que o mercado não tem favorecido a sustentação dos preços.
Segundo o analista de Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias, em agosto, após uma forte retomada dos preços na primeira quinzena, os valores pagos pelo quilo do frango vivo registraram estabilidade. A ave é negociada, em média, a R$ 2,50 o quilo, contra os R$ 2 praticados no início de agosto, alta de 25%.
A elevação dos preços registrada no período foi considerada essencial para reduzir o impacto do aumento dos custos com a alimentação das aves, que foram pressionados pela valorização do milho e do farelo de soja, principais insumos da atividade.
As expectativas em relação aos preços tanto do milho como da soja são negativas para o setor, uma vez que a quebra da safra norte-americana reduziu a oferta dos grãos no mercado internacional, sustentando os preços em alta.
Em relação aos valores pagos pelo frango vivo para a primeira quinzena de setembro, o mercado espera nova valorização, já que o consumo de aves é estimulado pelo pagamento de salários no início do mês.
Além disso, nos próximos meses, a demanda das indústrias pelo frango também deverá subir, já que o segmento começa a investir em produtos para as festas de final de ano.
"A avicultura continua trabalhando sem margem de lucro. A expectativa é que, ao longo dos próximos meses, a demanda pela carne de frango seja maior. Isso deverá ocorrer, dentre outros motivos, pela redução da oferta de carne bovina, já que a produção está em período de entressafra, o que alavanca os preços e incentiva a migração para as carnes de frango e suína", afirma Iglesias.
Estabilidade - Um dos fatores que contribuiu para a estabilidade dos preços em Minas Gerais, durante a segunda quinzena de agosto, foi o fraco desempenho das exportações de carne de frango, que estão muito aquém do esperado.
"Em agosto, houve uma pequena recuperação frente a julho, porém o volume comercializado está abaixo do esperado pelo setor e inferior ao registrado em agosto de 2011. O menor volume exportado contribui para a expansão da oferta no mercado interno e, conseqüentemente, para a redução dos preços. Diante da oferta maior, vários avicultores optaram pela redução do plantel nas granjas", afirma Iglesias.
De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), em agosto as exportações brasileiras de carne de frango in natura (inteiro e cortes) somaram 284,52 mil toneladas, o que significou aumento de 2,11% sobre as 278,64 mil toneladas embarcadas no mês anterior. Mas ficaram negativas, em 10,59%, em relação a agosto de 2011, mês em que totalizaram 318,21 mil toneladas.
Também em agosto foi registrada pequena elevação no preço médio, que aumentou cerca de 4,5%. Mas em relação ao mesmo mês do ano passado o recuo se repetiu e o preço médio obtido foi 2,79% menor.
A receita cambial também aumentou, apresentando acréscimo de 6,68% em relação a julho. Mas em comparação a agosto de 2011 os resultados foram negativos, caindo 13,08%. Os dados referentes às exportações de carne de frango efetuadas por Minas Gerais ainda não foram divulgados.
Veículo: Diário do Comércio - MG