O mercado brasileiro de frango vivo encerrou a semana passada marcada por negócios mais calmos, situação natural para a segunda quinzena do mês. De acordo com o analista de Safras & Mercado, Fernando Iglesias, a boa notícia foi que os preços conseguiram se manter em todas as praças de comercialização do país, mesmo com a maior concorrência de demanda com a carne bovina, cujos preços recuaram no período.
"A carne de frango perdeu um pouco de espaço nos últimos dias, embora o volume de oferta controlado frente à demanda tenha ajudado a evitar quedas no preço", avalia.
Iglesias indica que o mercado tende a seguir nesta situação até a virada deste mês, quando deve voltar a reagir em razão da demanda mais efetiva no período. "A perspectiva também é de uma melhora gradativa nos preços a partir do mês de outubro, por conta da maior demanda voltada às festividades de final de ano, o que deve contribuir para uma recuperação das margens de preço frente aos custos", sinaliza.
Nas exportações, o resultado obtido até o momento segue desanimador, tendo em vista que nas duas primeiras semanas do mês foram embarcadas 149,1 mil toneladas de carne de frango, com receita de US$ 300,2 milhões. "O resultado de setembro tende a ser parecido com o de agosto, mantido esse ritmo", projeta.
Novidade - A novidade da semana ficou com o anúncio por parte da União Brasileira de Avicultura (Ubabef) de que cinco novas plantas brasileiras foram habilitadas a exportar carne de frango para a China, somando-se as atuais 24 plantas que já demandam produtos a este mercado. "Esse anúncio deve contribuir para um maior avanço das exportações brasileiras de carne de frango", conforme avaliou o presidente da entidade, Francisco Turra.
Participando de evento na semana passada, em Porto Alegre (RS), o dirigente cobrou a necessidade de dois pleitos para o setor avícola junto ao governo. Um deles é uma política de leilões que permita ao setor deslocar milho do Centro-Oeste para os estados do Sul do país, em especial Rio Grande do Sul e Santa Catarina, através da modalidade de Prêmio de Escoamento da Produção (PEP). A outra medida envolve a liberação de crédito para capital de giro às pequenas e médias empresas, que hoje apresentam dificuldades para adquirir os insumos necessários à alimentação das aves.
A análise de Safras & Mercado indica que não ocorreram mudanças de preço nesta semana em relação a anterior. Em São Paulo o quilo vivo seguiu cotado a R$ 2,50, mesmo valor praticado em Minas Gerais.
O preço do frango vivo na integração catarinense seguiu em R$ 2,25 e a R$ 2.30 na integração do Rio Grande do Sul. No Paraná, o quilo foi cotado a R$ 2,25 na integração (oeste do Estado), sem alterações frente à semana anterior.
No Distrito Federal o quilo vivo foi cotado a R$ 2,45, sem alterações na variação semanal. Em Goiás o quilo vivo também seguiu em R$ 2,45. Em Mato Grosso do Sul o quilo vivo permaneceu em R$ 2,40. Em Pernambuco o quilo vivo seguiu em R$ 2,75. No Ceará a cotação do quilo vivo se manteve em R$ 2,65, enquanto no Pará o quilo vivo continuou em R$ 2,85.
Veículo: Diário do Comércio - MG