O abate de bovinos e de suínos teve evolução de 5% no primeiro semestre deste ano em relação a igual período do ano passado. Já o de frangos ficou estável no acumulado do semestre.
O abate de frango, no entanto, vem caindo nos últimos meses. Após uma evolução de 3,2% no primeiro trimestre, em relação ao mesmo período de 2011, perdeu força no segundo, recuando 2,8% em relação a 2011.
Os dados são do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), cuja avaliação do setor termina no final de junho. O cenário de queda continua, no entanto, no terceiro trimestre.
Pressionados pelos elevados custos da ração, os produtores reduziram a produção. Esse cenário se agravou após julho, quando os efeitos da seca nos EUA colocaram os preços da soja e do milho em patamares recordes.
A redução de produção provocou uma "queima dos estoques", que estavam elevados, segundo Francisco Turra, presidente-executivo da Ubabef (União Brasileira de Avicultura).
As exportações perderam um pouco de força nos últimos meses, mas a queda foi provocada mais pelas greves ocorridas no período do que por falta de produto, segundo Turra. Neste mês, "as coisas estão se normalizando".
A demanda externa continua e, com a menor produção, deve haver uma recuperação de preços, diz ele.
O setor bovino viveu um cenário diferente do da avicultura. Após uma alta de 2% no abate no primeiro trimestre, conseguiu elevação de 8% no segundo, sempre comparados os dados deste ano com os de igual período do ano passado.
O setor de suínos, após as dificuldades ocasionadas pelo embargo russo, buscou novos mercados e conseguiu elevar em 7% os abates no primeiro trimestre e em 2% no segundo. As exportações estão reagindo neste terceiro trimestre, principalmente neste mês, quando devem superar 50 mil toneladas.
Os números do IBGE indicam que os abates bovinos somaram 15 milhões de cabeças de janeiro a junho, enquanto os de suínos subiram para 18 milhões. No mesmo período, foram abatidos 2,6 bilhões de frangos.
Veículo: Folha de S.Paulo