O mercado brasileiro de carne suína registrou estabilidade nos preços na maioria das praças de comercialização consultadas por Safras & Mercado, mantendo a busca por um equilíbrio frente aos custos de produção.
De acordo com a analista Andreia Mariani, a perspectiva é de que o cenário seja mantido até o final de setembro, com um quadro de maior valorização das cotações a partir de outubro, com um aquecimento na demanda por conta da proximidade das festas de final de ano.
Andreia ressalta que o resultado das exportações de carne suína in natura segue favorável. "Até a segunda semana de setembro os embarques totalizaram 28 mil toneladas. Se esse desempenho continuar até o término do mês, podemos esperar um volume superior a 60 mil toneladas. A receita também vem evoluindo, atingindo US$ 73,5 milhões na duas primeiras semanas do mês, com preço médio de US$ 2.624,4/tonelada", informa.
No que tange aos abates, a analista destaca que os dados divulgados para agosto indicam uma queda de 15% frente ao mesmo mês do ano passado e de 15,7% ante o mês de julho passado. "Podemos afirmar que a produção vinha crescente desde o início do ano, apresentando leve recuo nos meses de maio e junho e indicando uma recuperação em julho, o que pode ter ocorrido devido ao abate de matrizes. Tal situação poderá resultar em volumes inferiores nos meses seguintes, até mesmo como uma forma do setor conseguir recuperar as margens de preço frente ao custo, diante da menor oferta interna", explica.
A boa notícia na semana foi a liberação de até R$ 30,4 milhões para a realização de leilões públicos de equalização dos preços do suíno vivo com o objetivo de contemplar a Política de Garantia de Preço Mínimo (PGPM) para os produtos. A decisão foi tomada pelos Ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), da Fazenda e do Planejamento, Orçamento e Gestão por meio da Portaria Interministerial n 842, publicada no Diário Oficial da União (DOU).
Os leilões serão realizados quando os preços de mercado do suíno vivo estiverem abaixo de R$ 2,30/kg, nas regiões Sul e Sudeste, e de R$ 2,15/kg, na região Centro-Oeste. Poderão ser utilizados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), mecanismos de apoio à comercialização: Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural e /ou sua Cooperativa (Pepro) e Prêmio de Escoamento de Produto (PEP).
Criadores, cooperativas, abatedouros e frigoríficos poderão participar dos pregões. A origem do produto a ser amparado será os estados da região Sul, Sudeste e Centro-Oeste. O limite por leilão será de 50 toneladas de suíno vivo por criador ou cooperado e o valor máximo do prêmio será de R$ 0,40 por quilo. "Essa é uma medida que certamente ajudará os suinocultores", ressalta Andreia.
A análise de preços de Safras & Mercado indicou que, em São Paulo, a arroba suína foi cotada a R$ 56,00, contra R$ 55,00 da semana passada. No Rio Grande do Sul, o quilo vivo foi negociado a R$ 2,30 na integração, mesmo valor da semana passada. No interior a cotação passou de R$ 2,40 para R$ 2,50. Em Santa Catarina o quilo do suíno vivo foi mantido a R$ 2,40 na integração e a R$ 2,50 no interior. No Paraná, o quilo vivo foi vendido a R$ 2,45 no oeste do Estado, mesmo valor da semana passada. Já na integração o quilo foi mantido em R$ 2,20.
Em Mato Grosso do Sul o quilo vivo seguiu em R$ 2,05 na integração. Em Goiás o quilo passou de R$ 2,85 para R$ 3,10. Em Minas Gerais o quilo vivo passou de R$ 2,95 para R$ 3,10 no interior.
Veículo: Diário do Comércio - MG