Peru mais caro nas festas de fim de ano

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Os frigoríficos ainda não entraram em acordo com o varejo sobre o valor das tradicionais aves do Natal de 2012 - perus e frangos especiais, como o chester -, mas não negam que a alta do milho e do farelo de soja, dois ingredientes que representam cerca de 70% dos custos de produção do segmento - recairá sobre o valor das vendas. "Os preços estão em processo final de definição", diz Antonio Zambelli, diretor de marketing da Seara Foods, divisão de aves, suínos e processados da Marfrig.

Nos últimos anos, mesmo quando não houve pressão de custos sobre os preços, provocada pela quebra da produção nos Estados Unidos, em razão de uma severa estiagem, os produtos voltados às festas de fim de ano também ficaram mais caros, o que corrobora a tendência atual. Segundo dados da consultoria Nielsen, em 2011 o consumidor pagou, em média, R$ 10,23 pelo quilo do peru, ante R$ 9,08 em 2010. Para as outras aves natalinas, o quilo passou de R$ 8,32, em média, para R$ 9,45 na mesma comparação. Levantamento da União Brasileira de Avicultura (Ubabef) aponta que o país consumiu em torno de 150 mil toneladas de carne de peru no ano passado.

Para Zambelli, o reajuste de preços não espantará o consumidor dessas aves, cujo consumo ganhou ainda mais força a partir dos anos 1980. A própria Seara Foods registrou crescimento de 10% nas vendas, em volume, nos dois últimos anos, apesar dos aumentos de preços. Indiretamente, assim, o executivo esvazia as previsões de concorrentes que previram que neste ano o Brasil teria o "Natal da carne bovina".

A Seara Foods é a segunda maior produtora de aves natalinas do país. Sua capacidade de alojamento é de 5,3 milhões de perus por ano, dividida entre três unidades localizadas em Caxias do Sul (RS) e Passos (MG) e abastecida por um total de 300 integrados. A primeira do ranking é a BRF - Brasil Foods, que não quis comentar seus planos para o fim de ano e informou apenas o número de abate total de frangos, perus e aves especiais em 2011, que foi de 1, 75 bilhões de aves.

"O consumidor não rompe fácil com uma tradição", avalia o diretor de agropecuária da catarinense Coopercentral Aurora Alimentos, Marco Zordan. A comercialização de três tipos de frangos especiais do grupo para o fim de ano renderam R$ 15 milhões no ano passado, cerca de 0,40% de seu faturamento total. Zordan informa que a cooperativa, com sede em Chapecó, trabalha há seis anos na produção apelidada de "frangões" para as festas natalinas. As aves têm peito mais desenvolvido e pesam, em média, 3,8 quilos, contra os 2,5 quilos dos frangos tradicionais.

O grupo se prepara para fechar 2012 com 500 toneladas de carnes a mais, por meio do alojamento de 5 milhões de aves (1 milhão a mais em comparação ao ano passado) produzidas em parceria com 550 integrados localizados em Erechim (RS).


Veículo: Valor Econômico


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