A recuperação de preços do frango vivo, embora sem a mesma intensidade observada em agosto, teve continuidade em setembro, de acordo com o balanço do Avistie. Dessa forma, o mês foi encerrado com um incremento de 7,33% em relação ao mês anterior, enquanto em comparação ao mesmo mês de 2011 o aumento foi de 25,47%.
Parece ser um resultado ótimo se se considerar que a inflação oficial dos últimos 12 meses não chega a 6%. Na realidade, porém, continua sendo um resultado mais do que sofrível porque, por exemplo, não chega a repor os custos de produção e, assim, impossibilita a diminuição dos prejuízos acumulados que, ao contrário, só aumentam, gerando apreensão cada vez maior no setor produtivo.
Não só isso. Ainda que continuem sendo um amplo balizador de toda a avicultura de corte, os preços do frango vivo já não refletem com eficiência a realidade do mercado, especialmente porque nos últimos meses a criação independente caiu de forma significativa. Assim, o produto pode estar registrando evolução à frente da efetiva realidade de mercado.
E que realidade seria essa? Talvez a média entre granja (ave viva) e atacado (ave abatida). E, neste caso, os resultados de setembro apontam que para um incremento anual de 25,47% do frango vivo, o frango abatido experimentou variação de 16,61%. E se, em relação ao mês anterior, a variação da ave viva ficou em 7,33%, a da ave abatida não passou de 2,22%.
Independentemente desse fato, entretanto, é notório que a remuneração obtida pelo frango vivo continua totalmente defasada. Prova disso é encontrada quando se retrocede às vésperas da primeira fase da crise que há quatro anos afeta a economia mundial.
Pois em relação aos preços pagos e recebidos em agosto de 2008, o frango vivo conseguiu, apenas, acompanhar de perto a inflação do período, que anda em torno dos 25%. Mas permanece com evolução aquém da alcançada pelo milho (preço 30% superior) e muitíssimo abaixo da registrada pelo farelo de soja que, em relação ao que foi registrado quatro anos atrás, tem atualmente valor quase 100% superior.
Nestes mais de 48 meses, a valorização do frango abatido foi inferior à desses quatro itens - não passou de 20%.
As cotações da carne de frango no atacado enfraqueceram nos últimos dias na maioria das regiões acompanhadas pelo Cepea devido ao típico desaquecimento da demanda em final de mês. Na maioria das regiões, houve inclusive perda de todos os ganhos obtidos até meados de setembro. Considerando-se os dados desde o início de 2012, no entanto, o frango inteiro resfriado foi a única dentre as carnes concorrentes a apresentar valorização.
Veículo: DCI