O desestímulo causado pelos altos custos e os preços baixos, ao longo do primeiro semestre de 2012, fizeram com que os suinocultores mineiros reduzissem a produção, o que promoveu a alavancada dos preços nos últimos meses do ano passado. Em dezembro, devido aos preços próximos aos da carne bovina e superiores aos do frango, o consumo caiu moderadamente o que promoveu o recuo de 1,8% nos preços praticados em Minas Gerais. Mesmo com a queda, os valores pagos pelo suíno vivo geraram lucro significativo para os suinocultores.
De acordo com dados do Boletim do Suíno, elaborado pelos pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a média recebida pela comercialização do suíno vivo no Estado ficou em R$ 3,93 por quilo, o que significou queda de 1,8% entre os dias primeiro e 31 de dezembro. Em relação a novembro, o valor se manteve praticamente estável, com queda de apenas 0,5%.
Mesmo com a redução, o preço continuou em patamar lucrativo para os suinocultores do Estado. O valor máximo no período chegou a R$ 4 e o mínimo a R$ 3,72 por quilo do animal vivo. De acordo com os dados do Cepea, ao se comparar a média de dezembro com a de junho de 2012, constata-se que o preço do suíno chegou a subir 81% em Minas Gerais.
Outro ponto que contribuiu, em parte, para que ocorresse queda nos preços foi a demanda menor do mercado externo. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), em Minas Gerais, o volume de carne suína embarcado em dezembro na comparação com novembro apresentou queda de 58,8%, com 2,27 mil toneladas destinadas ao mercado internacional.
Apesar da queda, os embarques de carne suína, na média anual, têm contribuído significativamente para que ocorra o equilíbrio entre oferta e demanda. No acumulado de 2012, Minas Gerais faturou US$ 104 milhões com as negociações externas do produto, valor 78,76% superior ao registrado em 2011.
O volume destinado ao mercado externo também foi maior, alcançando 35,1 mil toneladas no ano, alta de 72,85% quando comparado ao volume de 20,3 mil toneladas embarcadas no ano anterior.
Preços - De acordo com o Cepea, das quatro regiões mineiras pesquisadas em dezembro em três foram registradas quedas nos preços e, em uma, estabilidade. A redução mais expressiva aconteceu em Patos de Minas, no Alto Paranaíba, onde a cotação em dezembro ficou 3% inferior, com preço médio de R$ 3,93 por quilo, máximo de R$ 3,96 e mínimo de R$ 3,82.
Em Belo Horizonte, a cotação também reduziu 3% em dezembro frente a novembro. Devido à queda, os preços praticados no período ficaram em R$ 3,78 (valor mínimo), o médio em R$ 3,95 e o máximo a R$ 3,98.
Já na região de Ponte Nova, na Zona da Mata, o valor médio praticado foi de R$ 3,95 por quilo, estável na comparação com novembro. O valor máximo alcançou R$ 3,89 e o mínimo, R$ 3,97.
Na região Sul do Estado o valor do suíno recuou apenas 0,7%, com preço médio de R$ 3,91 mínimo de R$ 3,88 e máximo chegando a R$ 3,95.
Os custos ficaram menores em dezembro. Segundo o Cepea, os preços do milho e do farelo de soja caíram em dezembro, pressionados, principalmente, pelo cenário externo. No caso do milho, os altos preços do cereal reduziram a demanda internacional e, com a desvalorização nos portos, os preços do interior do Brasil também recuaram.
Em relação à soja e derivados, os cancelamentos de contratos por parte da China e de outros países não divulgados deram o tom baixista na Bolsa de Chicago, o que pesou sobre os preços no Brasil. O bom desenvolvimento das lavouras de soja na América do Sul também contribuiu com o cenário baixista.
Veículo: Diário do Comércio - MG