As exportações argentinas de carne bovina do ano passado recuaram para o menor patamar em 11 anos. As vendas externas somaram 212 mil toneladas, no valor de US$ 1,28 bilhão.
Os dados fazem parte de informações privadas, com base nos dados de exportações apurados pelo IPCVA (um instituto de promoção da carne bovina da Argentina).
Líderes mundiais em vendas de carne bovina no passado, os argentinos amargam nos últimos anos os efeitos de uma forte seca no país e de uma desastrosa interferência do governo no setor para controlar preços e inflação.
A seca forçou os pecuaristas a abater mais fêmeas. Esse abate, além de uma redução momentânea do rebanho, vai continuar inibindo o crescimento do mesmo nos próximos anos.
Além disso, os custos e os preços praticados na pecuária têm grande desvantagem em relação à agricultura. Esta é mais remuneradora.
As exportações de carne recuaram tanto que, pelo segundo ano, as receitas externas com carne fresca são menores que as com leite.
Dados da Senasa, órgão do governo, indicam que os argentinos tiveram receitas de US$ 612 milhões no ano passado com as vendas externas de carne fresca, 53% menos do que em 2009. As vendas de leite subiram para US$ 885 milhões, superando em 102% as de 2009.
Um dos pontos positivos para o país é que o preço médio da carne continua elevado, o que tem garantido um patamar razoável de receitas.
Em 2005, os argentinos receberam US$ 4.550, em média, por tonelada de carne fresca. No ano passado, essa média estava em US$ 10.720.
O Brasil importou 9.196 toneladas de carne bovina da Argentina em 2012, no valor de US$ 96 milhões. Os gastos brasileiros com carne congelada foram de US$ 59 milhões. Os com carne fresca ficaram em US$ 34 milhões.
Veículo: Folha de S.Paulo