Importação liberada no final do ano passado traria produto em condições de competição desigual
A possibilidade da entrada de camarão argentino no mercado nacional levou o Sindicato dos Armadores e das Indústrias de Pesca de Itajaí e Região (Sindipi) a pedir apoio à bancada catarinense em Brasília para tentar barrar a liberação.
O setor teme que a importação do crustáceo abale a produção local, afetada pela entrada de pescado vindo da China e do Vietnã. Enquanto o setor pesqueiro local acredita que o produto argentino virá com preço mais baixo, o governo brasileiro afirma o contrário.
Nos últimos três anos, a crise fez com que 50 barcos deixassem de sair para o mar na região de Itajaí – uma redução de 20%. A entrada de camarão argentino era proibida no Brasil até dezembro de 2012, quando uma nova análise de risco à importação (ARI) para a espécie pleoticus muelleri, conhecido como camarão vermelho, abriu espaço para o produto chegar aos brasileiros.
Previsão é de que sejam importadas 5 mil toneladas
Os requisitos sanitários ainda estão em análise. Mas a previsão é de que o volume de importação chegue a 5 mil toneladas por ano. O que preocupa o setor é que a taxa tributária do camarão vindo da Argentina permita a venda, no Brasil, da mercadoria por preços inferiores aos do produto nacional sem os mesmos incentivos competitivos.
O presidente do Sindipi, Giovani Monteiro, cita como exemplo a diferença de preços do óleo diesel usado nos barcos, vendido a R$ 1,70 o litro em SC – com subsídio estadual – e a R$ 1 o litro na Argentina.
– Essa situação levará à falência produtores de camarão no Sudeste e Sul do Brasil e dos carnicificultores do Nordeste – afirma.
O camarão vermelho argentino que será importado virá congelado e em tamanho grande. Embora o setor produtivo acredite em baixo preço comparado ao camarão brasileiro, o Ministério da Pesca e Aquicultura afirma que o valor deve ser mais elevado. Ainda não há data para o início das importações.
Veículo: Jornal de Santa Catarina