A desoneração de impostos federais anunciada há duas semanas, que reduziu as alíquotas de PIS e Cofins de 9,25% a zero sobre os produtos da cesta básica, vão baixar os preços do pescado em 4%.
A estimativa é do Sindipi (sindicato da indústria da pesca de Itajaí e região), que reúne empresas responsáveis por 60% da produção nacional de pescado congelado e 80% do produto distribuído no mercado de São Paulo.
A entidade prevê também que o corte nos impostos deve contribuir para aumentar a produção deste ano em 2%.
"Éramos a única proteína animal que não tinha isenção de PIS e Cofins", afirma Giovani Monteiro, presidente do Sindipi.
O setor, porém, considera que as medidas são insuficientes para recuperar a indústria pesqueira nacional.
"Necessitamos de investimentos na recuperação das embarcações nacionais. Tínhamos potencial para sermos um dos maiores produtores mundiais", diz Monteiro.
O Brasil, que conta com uma costa litorânea de 7.367 km, importa 1/4 do pescado consumido. A produção nacional foi de 1,4 milhão de toneladas em 2012 e o consumo, de 2 milhões de toneladas. O deficit é importado principalmente da China, maior produtor mundial, com 44 milhões de toneladas.
"Precisamos de mais desonerações, tanto na produção como na importação de matérias-primas", diz Gabriel Calzavara, proprietário da Atlântico Tuna e da Norpeixe, ambas empresas pesqueiras.
"A importação de isca para a pesca do atum, por exemplo, subiu de R$ 150 a tonelada para R$ 2.000 nos últimos sete anos."
Veículo: Folha de S.Paulo