BRF investe em frango processado para atrair europeus

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A BRF, fabricante das marcas Sadia e Perdigão, vai aumentar em 38% sua produção de frango processado cozido, assado e empanado - todos temperados - para atender canais de distribuição de refeições prontas (food service) como restaurantes corporativos e lanchonetes no mercado europeu. A previsão é fazer com que os produtos processados sejam 17% do total das vendas à Europa. Atualmente eles representam 12%.

Para o vice-presidente de mercado externo da BRF, Antonio Augusto De Toni, a crise econômica europeia e a credibilidade abalada da indústria do continente devido aos recentes escândalos da carne de cavalo ajudam a BRF. "Estamos mais protegidos por trabalhar com frango e podemos ser beneficiados pela migração dos consumidores do processado de massa [nuggets, por exemplo] para partes de frango inteiro, de maior valor agregado".

A oportunidade coincide com os planos da BRF de equiparar sua produção do mercado externo à do mercado interno. Segundo dados da BRF, do total de produtos in natura produzidos em 2012, 18% foram exportados e 82% consumidos no país. No Brasil, varejo e indústria ficam com 92% dos produtos enquanto o food service corresponde a 8%.

Para ampliar a produção, a empresa investiu R$ 28,8 milhões, em capital próprio, e abriu uma nova linha em Marau (RS), já em funcionamento desde o último dia 18, e outra em Toledo (PR), que entra em operação no próximo dia 2. A atual produção diária de 84 toneladas de assados, cozidos e empanados para a Europa passará para 116 toneladas por dia. Antes da atual ampliação, a BRF já produzia nas fábricas de Marau (unidade antiga), Chapecó e Capinzal, as duas últimas em Santa Catarina, que manterão a produção.

Entre os produtos que serão exportados com a marca Sadia estão cubos de frango cozidos e tiras de frango grelhadas, para usar em saladas, após o descongelamento. Para cada mercado, os temperos são bastante diferentes. O consumidor europeu, em geral, diz De Toni, aprecia sabores étnicos como o indiano, carregado de curry; e o americano, com toque de molho "barbecue" (churrasco).

Os investimentos fazem parte da estratégia da BRF de aumentar a receita do mercado externo. Segundo De Toni, além do aumento da presença em produtos processados, e reduzindo a oferta do frango in natura, o plano é avançar a distribuição em canais que trazem maior rentabilidade como o das refeições prontas (food service) e redes varejistas. Em 2012, o mercado externo fez 40,8% da receita operacional líquida da BRF.

"A exportação se justifica porque o Brasil é mais competitivo em grandes volumes", diz De Toni. Na Europa, a BRF tem fábricas em Oosterwolde (Holanda), onde processa frango e em Wrexham (Reino Unido), onde produz predominantemente carne bovina. A fábrica da Holanda atende 27 países da Europa e lançará em maio uma nova linha de produtos premium de frango com a marca Sadia Signature para exportar ao Oriente Médio. A unidade do Reino Unido é voltada ao mercado interno.

De acordo com o balanço da BRF de 2012, seus três maiores mercados externos são Oriente Médio (33,6%), Extremo Oriente (20,3%) e Europa (16,2%). A América do Sul responde por 13%. África e Eurásia ficam com 8%, cada uma.




Veículo: Valor Econômico


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