Governo pretende duplicar a produção de pescado até 2014

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O Brasil deve dobrar até 2014 a produção atual de pescado, que está em 600 mil toneladas, aumentando a oferta do produto nacional, principalmente em momentos marcantes, a exemplo da Semana Santa, quando toneladas de pescado do exterior enchem as mesas dos brasileiros.

"É importante o aumento do consumo do peixe produzido no Brasil", apontou ao DCI a secretária de Planejamento e Ordenamento da Aquicultura do Ministério da Aquicultura e Pesca, Maria Fernanda Ferreira. "O pescado produzido aqui é mais barato", diferencia ela. E o peixe está no mar de investimentos programados pelo governo federal desde 2009, quando a secretaria especial do segmento virou ministério. "Desde então estamos importando menos e consumindo mais", compara.

Segundo o ambicioso Plano Safra do segmento (2012 a 2014), lançado em outubro, o volume de recursos alocados soma R$ 4,1 bilhões: R$ 3,8 bilhões para atender 330 mil aquicultores familiares, e R$ 300 milhões para apoiar médios e grandes grupos privados.

"O consumo de peixe no País passou de 7,3 quilos por ano por habitante em 2006, para 9,75 quilos por ano por habitante em 2010, e a meta e chegar aos 12 quilos por ano por habitante recomendados pela Organização Mundial da Saúde [OMS]", planeja a secretária. O Ministério avalia que a atividade vem apresentando aumento desde 2009, com média anual de crescimento da ordem de 20%. Para conferir esse desempenho, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) vai reinserir a atividade no Censo Agropecuária deste ano, o que não acontece desde 2008.

"Estamos atravessando um bom momento", destaca a secretária, convidando os empreendedores a novos investimentos. Para incentivá-los, ela repete comparação frequentemente feita pelo senador Marcelo Crivella, ministro da pasta: "Um bom fazendeiro consegue em 1 hectare obter 1 tonelada de carne bovina; em 1 hectare, um bom piscicultor consegue, com tanque e rede, obter 100 toneladas de peixe".

Outros avanços destacados pela secretária são a desoneração de tributos na cadeia da agroindústria do pescado e a destinação de 30% das aquisições do Programa Nacional de Alimentação Escolar e do Programa de Aquisição de Alimentos para agricultores e aquicultores familiares A secretária reconhece, entretanto, que há gargalos a serem superados, como a necessidade de mais, muito mais crédito ao segmento. É que a atual produção nacional de pescado não representa nem 10% dos 20 milhões de toneladas estimado pela a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). E há apenas 20 mil produtores registrados no País, número semelhante aos créditos concedidos no âmbito do Plano Safra.

Nesse mercado potencial apostou o empresário Pedro Furlan Uchoa Cavalcanti, bisneto de Attilio Fontana, fundador da Sadia. Ele incorporou o pescado aos agronegócios da família, especializada na criação de aves. Em 2006, ele comprou 100 hectares de terra em Sorriso (MT), e lá construiu tanques para criar tilápias, pintados, tambaquis e outros pescados. A empresa planeja faturar R$ 100 milhões este ano, e até 2018 multiplicar por 12 a atual receita e movimentar R$ 550 milhões.

Reservatórios e estatais

De acordo com o ministério, o Brasil conta com mais de 250 grandes reservatórios públicos adequados à piscicultura, sendo que apenas alguns são aproveitados para a atividade, devido, em especial, às barreiras ambientais.

A secretária Maria Fernanda prevê, em 2013, 8.345 famílias beneficiadas com viveiros escavados e a implantação de parques aquícolas em nove reservatórios. A liberação da espécie tambaqui para criação em reservatórios do rio Tocantins, segundo ela, pode gerar uma produção de mais 750 mil toneladas, com um valor estimado em R$ 3,75 bilhões por ano.



Veículo: DCI


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