Rússia autoriza dois frigoríficos paranaenses a retomar vendas

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O serviço de fiscalização sanitária da Rússia, Rosselkhoznadzor, retirou esta semana o embargo a exportações de carnes de dois frigoríficos de aves do Paraná.

Os abatedouros ligados às cooperativas Vale, de Palotina, e Lar, com sede em Matelândia, sofreram o embargo do país em junho de 2011, junto a 85 outros estabelecimentos.

A medida, baseada em suspeita de risco sanitário, afetou exportadores de carnes dos Estados de Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso do Sul.

Atualmente, de um total de 246 frigoríficos brasileiros que têm laços comerciais com a Rússia, 113 continuam habilitados a exportar carne ao país, de acordo com uma lista de Rosselkhoznadzor.

As carnes (bovina, suína e de ave) compõem o principal item, em relação ao mercado russo, da pauta de exportações brasileiras, com embarque de US$ 1,8 bilhão (46% do total) em 2010.

Em novembro do ano passado, quase 18 meses depois do embargo, a Rússia enviou missão sanitária ao Brasil, com vistas à retirada do bloqueio comercial - o que acaba de dar algum resultado.

"Com a abertura da Rússia, vamos voltar a olhar com mais atenção o mercado externo", afirmou a gerente de Exportações da Cooperativa Lar, Giovana Rosa.

De acordo com ela, o mercado interno evolui, mas os embarques caíram de 5 mil para 4 mil toneladas entre 2010 e 2012.

No ano anterior ao embargo, a Rússia correspondia a 8% das exportações da Lar. Hoje, a empresa embarca a outros países cerca de 40% do que produz, abatendo diariamente 265 mil aves.

"No período depois do embargo, evoluímos mais para o mercado interno. Mas, agora, surge uma alternativa: a Rússia é um mercado consumidor forte", disse Rosa.

A gerente já está retomando os contatos que mantinha no país a fim de "atualizar os registros eretomar as exportações". Pode-se dizer o mesmo do departamento de relações exteriores da Cooperativa Vale, cujo trader designado para lidar com a Rússia evitou falar do assunto. "Estamos estudando a viabilidade [de retomada das exportações]", disse.

Segundo ele, quando houve o embargo russo, a oferta destinada àquele país (exclusiva de peito de frango) foi absorvida pelo mercado interno e países do Oriente Médio, como a Arábia Saudita.

Em 2012, a Vale comercializou 183 mil toneladas de carne de frango, metade das quais foi destinada ao mercado internacional. Seu abatedouro tem capacidade para terminar 340 mil cabeças de ave por dia.

Em nota enviada à imprensa, o presidente da cooperativa, Alfredo Lang, deu a entender que o fim do embargo tem restrições:

"É uma notícia positiva, considerando-se o potencial do mercado russo. Mas o que os russos autorizaram nesse momento foi a exportação para atender a clientes específicos. Não significa exatamente o fim do embargo, mas uma liberação parcial para voltarmos a exportar."

O Paraná - estado de origem de ambas as cooperativas autorizadas a retomar as vendas à Rússia - é o maior produtor e exportador de frango do Brasil.

No ano passado, os frigoríficos paranaenses exportaram 1,1 milhão de toneladas de carne de ave, volume equivalente a uma receita superior a US$ 2 bilhões.

Já os embarques brasileiros resultaram em 3,9 milhões de toneladas e US$ 7,7 bilhões.

O presidente da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), Francisco Turra, comemorou o fato.



Veículo: DCI


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