Carne bovina rastreada no grande varejo

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A rede varejista Pão de Açúcar anunciou ontem a extensão do seu programa "Garantia desde a Origem" a 100% da carne bovina vendida em suas lojas no país. Com isso, o consumidor poderá agora identificar a procedência do produto - o nome da fazenda onde o animal foi criado, a sua localização e por qual frigorífico ele chegou à gôndola do supermercado.

O anúncio é um importante passo em direção à rastreabilidade e transparência, sobretudo em tempos de atenção redobrada com a origem dos alimentos, detonada pelo recente escândalo envolvendo carne de cavalo na Europa. O programa é calcado em rastreamento, inspeção de qualidade, análise microbiológica, análise de resíduos e auditorias externas. Também foi incorporada pela primeira vez a análise da maciez da carne, na tentativa de uniformizar a qualidade em lotes diferentes.

Além de dar mais informação ao cliente, a extensão do programa traz ganhos para a varejista e sua cadeia de fornecedores porque consegue unir informações dos frigoríficos em uma mesma plataforma, o que possibilita identificar problemas rapidamente e minimizar prejuízos.

Com isso, os lotes passaram a ser contemplados individualmente. Antes da integração de informações, uma não conformidade encontrada em um carregamento era inteiramente devolvido. "O problema disso é que dentro de um caminhão há lotes de fazendas e plantas frigoríficas diferentes - então nem tudo o que está ali está inconforme", diz Giampaolo Buso, sócio-diretor da PAripassu, empresa que desenvolveu essa plataforma para o Pão de Açúcar. "A partir de agora, os lotes são computados pelo SIF da planta. Se uma inconformidade é encontrada, só aquele lote é devolvido", afirma.

Lançado em 2008 para o segmento FLV (frutas, legumes e verduras) em São Paulo, o "Garantia desde a Origem" foi estendido para todo o país em 2009 e chegou às carnes marca própria Taeq em 2011 - e, agora, a todos os cortes bovinos. Desde dezembro, quando a plataforma foi unificada para os frigoríficos, o grupo viu as devoluções caírem - a média de 5,1% dos últimos 11 meses foi de 2,7% em fevereiro.

A plataforma tem um "scorecard" que aponta (sem citar nomes) o desempenho de cada frigorífico nos critérios analisados. Segundo a varejista, trata-se de uma forma de "subir a régua" da qualidade de forma uniforme. "É mais que um atributo de marketing. É agregar valor aos acionistas e consumidor", disse José Roberto Tambasco, presidente de Varejo Alimentar do Pão de Açúcar. A intenção é expandir em até dois anos para aves, suínos e pescados.


Veículo: Valor Econômico


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