Especialista do Rabobank diz que embarques devem começar lentamente, atingindo o valor anual desejado em até cinco anos
Os embarques de carne suína catarinense ao Japão devem começar lentamente. Em até cinco anos, o país asiático deve importar 100 mil toneladas por ano, estima o analista do mercado de carnes do Rabobank, David Nelson.
Ele considerou positiva a abertura do mercado japonês para a carne suína produzida em Santa Catarina, único estado brasileiro com status de livre de febre aftosa sem vacinação do rebanho, anunciada na sexta-feira.
Segundo ele, o Japão é um dos maiores consumidores mundiais da carne, com compras de cerca de 900 mil toneladas a 1,3 milhão toneladas/ano.
– Os volumes brasileiros para o Japão deverão começar em pequena quantidade, mas acredito que entre três e cinco anos os embarques possam chegar a 100 mil toneladas/ano – declarou.
EUA também pode comprar carne suína
Hoje, o Japão adquire o produto principalmente dos Estados Unidos e de alguns países da Europa, como a Dinamarca.
– O Brasil vai tirar um pouco do espaço dos EUA no mercado japonês – prevê o especialista.
Nelson também comentou que mais do que o volume exportado ao país, o Japão remunera bem, o que pode aumentar os preços da tonelada de carne suína catarinense vendida no exterior.
– O Japão possui regras sanitárias bem exigentes, o que pode ser atrativo para outros países, como Coreia. Além disso, é um mercado estável – disse.
Questionado se a notícia poderia encorajar ou acelerar o processo de abertura dos EUA para a carne in natura brasileira – a autorização dos embarques de carne bovina in natura para o mercado norte-americano ainda está em consulta pública – ele afirmou que a decisão está além das questões sanitárias.
Veículo: Diário Catarinense