Mesmo em crise, Rússia move apostas

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Com a habilitação para armazenar e carregar carne em contêineres destinada à Rússia concedida pelo Ministério da Agricultura, a Standard Logística prevê que seu desempenho no porto de Santos vai dobrar. A unidade da empresa em Cubatão, com saídas para as duas margens do porto de Santos, tem meta de chegar em 2009 a 360 mil toneladas embarcadas, ante as 180 mil operadas em 2008, ano em que, após a sua inauguração, ficou ociosa por quase seis meses, à espera de alfandegamento. 

 

A nova habilitação encurta a viagem da carne, economizando armazenagem e frete. "Estamos barateando o custo da exportação, pois a carne que era armazenada no interior passa a vir diretamente para o porto, onde pode ser estocada para formação de lotes", afirma José Luiz Demeterco, presidente da empresa, que tem sede em Curitiba. Sem a habilitação, a carne era armazenada e carregada no interior, com mais uma viagem, recebendo em Cubatão uma fiscalização por amostragem. 

 

Em Cubatão, a empresa mantém dois túneis de congelamento, com capacidade de 100 toneladas por dia e pátio para contêineres com 500 tomadas de eletricidade para refrigeração da carne, número que dobrou em um ano. 

 

Os próximos passos da armazenadora prevêem a construção de um ramal ferroviário que ligará suas instalações às linhas da ALL Logística, MRS e Ferrovia Centro Atlântica (FCA). Com bitola mista, a obra deverá ser concluída ainda neste semestre, afirma Demeterco. 

 

Com menos de suas semanas de habilitação, a Standard contabiliza serviços oferecidos à Sadia, aos frigoríficos Bertin, Minerva, Marfrig e Arantes, entre outros. 

 

O mercado russo, mesmo com o sistema de cotas em vigência, absorve cerca de 30% das exportações brasileiras de carne bovina. As cotas beneficiam os Estados Unidos, que preenche, segundo o presidente da Standard, 70% das compras russas. O Brasil está incluído nas cotas para "terceiros países". "O Brasil preenche sua cota e mesmo sendo penalizado com altos tributos, absorve cotas não utilizadas por outros países", diz. 

 

A cobiça pelas compras da Rússia - um dos principais clientes do Brasil, mas que no momento reduz as importações por conta da crise financeira - leva frigoríficos e terminais a se prepararem para as exigências de padrão sanitário daquele país. O próximo passo da empresa é a obtenção de habilitação para exportar à União Européia, o que deverá ocorrer nos próximos dois meses. Segundo Demeterco, o pleito, nesse caso, é mais rápido, ante o da Rússia, "porque é o próprio Ministério da Agricultura que concede". 

 

Em 2008, passaram pelos armazéns da Standard Logística e Distribuição, 1,5 milhão de toneladas de produtos, entre os destinados à exportação e ao mercado interno. Com terminais em Itajaí (SC), Esteio (RS), Colombo, Cambé e Cascavel (PR) e Cubatão (SP), a empresa movimentou, além de carnes, produtos lácteos, sorvetes, hortifrutigranjeiros e peixes. 

 

Veículo: Valor Econômico


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