A valorização do mercado de carnes nos últimos anos foi alimentada com a ajuda de programas de certificação de raças – que garantem a qualidade e a procedência de produtos normalmente embalados a vácuo. Uma das iniciativas, da raça angus, teve início no Rio Grande do Sul há uma década – com abate de 20 mil animais. Neste ano, a expectativa é de chegar a 250 mil bovinos abatidos em sete Estados.
– Hoje, são mais de mil pontos de vendas da carne angus no país – conta Fábio Medeiros, coordenador técnico do programa Carne Certificada Angus.
O selo de certificação reúne sete marcas produzidas por 18 unidades industriais e distribuídas em todas as lojas da rede McDonald’s do país, nos supermercados Zaffari e em butiques de carnes. O processo de certificação começa nas propriedades, quando os produtores são orientados com práticas de bem-estar do animal, nutrição adequada e cuidados sanitários.
– Os produtores são premiados pela qualidade dos animais com até 10% de remuneração extra em relação ao gado comum – acrescenta Medeiros.
Primeiro programa a classificar carcaças de bovinos no país, o Carne Certificada Pampa começou em 2001, no município de Bagé, com o abate de 40 mil animais das raças hereford e braford. Com três frigoríficos habilitados para abate e 4 mil pontos de vendas, o programa será levado para Mato Grosso do Sul e para São Paulo.
– Em dois anos, queremos consolidar as raças braford e hereford no Sudeste e Centro-Oeste, passando de 100 mil abates anuais – assegura Alfredo Brissen, gerente do programa.
Credenciado nos programas de carne certificada, o Frigorífico Silva, de Santa Maria, aumentou em 50% o faturamento em dois anos. O abate diário de bovinos passou de 400 para 650. Parte do investimento no mercado de carne premium inclui a inauguração, em 2012, de uma butique de carnes com linhas de cortes bovinos de raças britânicas e de cordeiros importados do Uruguai.
Veículo: Zero Hora - RS