Pecuaristas investem em confinamento

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Neste ano incremento será de 5%, com rebanho confinado em torno de 400 mil cabeças.

A demanda aquecida pela carne bovina, tanto no mercado interno como no externo, aliada à redução dos preços do milho, incentivaram os pecuaristas de Minas Gerais a investir na ampliação do confinamento. De acordo com dados da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), neste ano o incremento será de 5%, com um rebanho confinado em torno de 400 mil cabeças.

De acordo com o coordenador técnico de bovinocultura da Emater, José Alberto de Ávila Pires, o cenário em 2013 para a pecuária de corte é mais favorável que o vivenciado em 2012, o que vem promovendo a retomada dos preços e da lucratividade do setor.

"A pecuária de corte em 2012 passou por um período de alta nos custos de produção, causado pela redução da oferta e valorização dos preços do milho, e valores pagos pela arroba não tão favoráveis como os praticados atualmente. Como a demanda pela carne está aquecida e os preços em patamares lucrativos os pecuaristas optaram por ampliar o confinamento", disse Ávila Pires.

Ainda segundo o coordenador da Emater-MG, o maior custo no confinamento é em relação à alimentação do rebanho, que chega a representar em torno de 75% a 80% dos custos totais. Dentro dos custos com alimentação a maior representatividade é a do milho. O componente energético representa em torno de 85% a 90% da ração.

O preço do milho há um ano estava cotado em Uberlândia, no Triângulo, a R$ 30 por saca de 60 quilos, hoje o mesmo volume é negociado a R$ 22.

"O valor apresentou uma queda significativa de quase 30%. No ano passado a alta foi promovida por problemas climáticos nos Estados Unidos, o que limitou a oferta mundial do cereal. Até o momento, o cenário é de uma safra bem desenvolvida e tudo indica que os estoques de milho nos Estados Unidos devem voltar ao normal. Este fatores são grandes estímulos para o confinamento", disse.

A estimativa é que somente em Minas Gerais - que possui o quinto maior rebanho confinado do Brasil, que gira em torno de 350 mil a 400 mil bovinos - ocorra um aumento de 5% no volume de animais. O confinamento no Estado ocorre no período de inverno e seca, que vai de maio até meados de novembro.

Em relação aos preços, na última semana foram registrados recuos na cotação. De acordo com Ávila Pires, o movimento de baixa foi provocado pelas geadas ocorridas no Sul do país, o que prejudicou as pastagens e obrigou os pecuaristas a venderem os animais prontos.

"No primeiro momento a geada registrada no Sul do país comprometeu a pastagem, e com isso os bovinos que já estavam prontos foram colocados no mercado. Com o aumento da oferta os preços recuaram, mas a tendência é de recuperação nas próximas semanas", disse.

Em julho, a cotação da arroba do boi gordo em Minas Gerais recuou entre R$ 3 e R$ 4. Os preços praticados no Estado mostram diferenças significativas, com valores entre R$ 92 e R$ 94 por arroba no Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba e no Noroeste. Nas regiões do Mucuri e Rio Doce a arroba é negociada entre R$ 88 e R$ 90.

Em relação aos custos, a atividade é vantajosa. De acordo com dados da Emater-MG, com o milho sendo negociado a R$ 24 por saca de 60 quilos, estima-se que custo de uma arroba no Estado varia de R$ 70 a R$ 75 em regime de confinamento.

"Na situação atual o lucro é garantido para o pecuaristas que produzir entre 4 e 5 arrobas com média de 70 dias e com expectativa de venda entre R$ 95 e R$ 98. Neste caso o retorno ficará em torno de R$ 20 e R$ 25 por arroba produzida no confinamento", disse.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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