Período de entressafra e crecimento da demanda por carne impulsionam a cotação.
A alta demanda pela carne bovina e o período de entressafra de boi gordo estão contribuindo para que os preços pagos pela arroba alcancem patamares mais lucrativos para os pecuaristas. E a tendência para o último trimestre deste ano varia entre a estabilidade e pequena alta na cotação. Entre os dias 26 de setembro e 2 de outubro, foi registrada expansão de até 4% no preço pago pela arroba do boi gordo negociada em Minas Gerais.
Para o coordenador técnico de Bovinocultura da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), José Alberto de Ávila Pires, vários fatores poderão contribuir para a sustentação dos preços ao longo dos próximos meses.
"Os preços pagos pela arroba do boi gordo estão lucrativos, e a tendência é de manutenção do lucro. Além de os consumos interno e externo estarem em crescimento, o pagamento do 13º salário e as festas de fim de ano devem impulsionar ainda mais a demanda, em um período de baixa oferta de boi gordo de confinamento", disse.
De acordo com o coordenador da Emater-MG, outro fator que deve ajudar a impulsionar as cotações é a redução do número de animais em confinamento. Conforme dados de consultorias especializadas do segmento, neste ano foi registrada uma queda de 5% no rebano confinado, o que também é fundamental para o maior controle da oferta.
Além disso, com o início precoce do período chuvoso, a tendência é que as pastagens se recuperem mais rapidamente, o que dará melhores condições para os pecuaristas segurarem os bovinos no campo. "A expectativa é que a arroba continue variando positivamente no curto prazo, com possibilidade de alcançar R$ 120 em São Paulo e R$ 115 em Minas Gerais", afirmou o coordenador da Emater-MG.
Segundo informações da empresa de extensão, o mercado do boi gordo manteve a tendência de recuperação dos preços pagos pela arroba. No Estado, o levantamento, feito entre 26 de setembro e 2 de outubro, indicou valores entre R$ 98 e R$ 101 por arroba, o que representa crescimento de 3% a 4% por arroba em relação à semana imediatamente anterior.
A alta nos preços também foi observada pela consultoria Safras & Mercado. Segundo os analistas, o mercado do boi gordo segue apresentando oferta restrita com os frigoríficos encontrando dificuldades para compor as escalas de abate. Essa situação deve resultar em preços ainda mais altos ao longo das próximas semanas. E a demanda vem mostrando o aquecimento que ocorre com recebimento da massa salarial, no início do mês.
Diante da alta no preço da carne para o consumidor final, existe ainda margem para novo reajuste nas tabelas. Em Minas Gerais a arroba foi negociada ao longo da última semana entre R$ 106 e R$ 107, deixando otimistas os pecuaristas de corte.
"Em 2012 os pecuaristas tiveram os rendimentos comprometidos com o aumento dos custos de produção, principalmente no caso do milho. Nste ano, a situação está mais favorável, uma vez que a produção do cereal foi ampliada e a infraestrutura para o armazenamento não foi suficiente, o que fez com que produtores de milho negociassem a safra a preços mais satisfatórios para os pecuaristas", disse.
Veículo: Diário do Comércio - MG