Devido aos focos de estomatite vesicular registrados no Brasil recentemente, a Secretaria Nacional de Defesa Animal do Mapa (SDA), do Ministério da Agricultura (Mapa), irá solicitar uma mudança no acordo bilateral fechado com a Rússia para a comercialização de carne, produtos e subprodutos.
A informação foi repassada na terça-feira (27) em reunião realizada na SDA, em Brasília, entre representantes do Mapa e o secretário da Agricultura do Tocantins, Roberto Sahium, o presidente da Agência de Defesa Agropecuária (Adapec), Humberto Camêlo e o diretor da Associação Brasileira dos Frigoríficos (Abrafrigo), Tomas Kim.
No dia 15 de fevereiro próximo, um grupo de trabalho brasileiro irá à Rússia para discutir as modificações no acordo. Segundo Camêlo, o Mapa solicitará ao governo Russo uma autorização para realizar uma investigação sobre o controle da doença, quando houver foco, e assim restringir, se necessário, as certificações para exportação de carne, produtos e subprodutos do município ou do estado afetado.
"Com isso, eles pretendem trazer para si a responsabilidade, ganhar tempo e reduzir os impactos econômicos com as suspensões na comercialização", comenta o presidente.
A notificação internacional de estomatite vesicular é obrigatória e interfere no intercâmbio comercial dos animais, seus produtos e subprodutos para a Rússia, único país a fazer restrições quanto a doença.
No Tocantins, as exportações estão suspensas desde o mês de setembro de 2008, quando foi registrado o primeiro caso de estomatite vesicular no estado, na cidade de Paranã. Em outubro, foi notificado novo caso em Jaú do Tocantins, também sudeste do Tocantins, e no último dia 16 de janeiro, no Município de Pedro Afonso, região centro-norte do estado.
União Europeia
Na mesma reunião, os representantes do Mapa afirmaram que irão pleitear junto à missão da União Europeia no Brasil, que incluam todos os estados que são área livre de febre aftosa com vacinação, inclusive o Tocantins, na lista de unidades federativas habilitadas para comercialização de carne para os países que compõem o grupo.
Atualmente, o Brasil tem 733 propriedades habilitadas a vender para o bloco. Do total, Minas Gerais tem 337 fazendas habilitadas, Goiás tem 146, Mato Grosso conta com 120, Rio Grande do Sul tem 60, São Paulo tem 33, Paraná tem 18, Espírito Santo, 17, e Mato Grosso do Sul, duas. As informações são da Adapec do Tocantins.
Veículo: DCI