Demanda por carne deve crescer

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Afrig espera que festas de fim de ano e injeção do 13º no mercado impulsionem as vendas

 



As festas de final de ano e o pagamento do 13º salário deverão impulsionar a demanda por carnes em Minas Gerais. A avaliação é da Associação dos Frigoríficos de Minas Gerais, Espírito Santo e Distrito Federal (Afrig). De acordo com a entidade, o consumo normalmente cresce entre 30% e 40% no período. A Afrig também projeta que os preços pagos pelo boi gordo devem se manter em patamares próximos aos atuais no período, já que não há mais espaços para novos aumentos, uma vez que as cotações das demais carnes concorrentes estão em queda.

Para o presidente da Afrig, Sílvio Silveira, 2014 foi um ano atípico para o setor. "A estiagem prolongada afetou as principais regiões produtoras de carne, principalmente a produção do boi gordo. Dessa forma, observamos um aumento significativo nos preços ao longo de todo o ano, já que a oferta ficou mais restrita. Com o encarecimento, os frigoríficos estão trabalhando com a margem mais apertada, pois não conseguimos repassar todo o reajuste para o consumidor final, que reduziu o volume adquirido", explicou. Diante desse cenário, o setor deve encerrrar o ano com o desempenho aquém do projetado.

Para o último mês do ano, Silveira acredita que não haverá novas altas nos preços das carnes, uma vez que o mercado está saturado.

"Os valores pagos pelas carnes já estão muito elevados, fazendo com que o consumidor compre menos ou procure alternativas mais em conta. Além disso, ao longo de novembro, registramos aumento da oferta e quedas nos valores das carnes de suíno e de frango, que são grandes concorrentes da bovina. Por isso, acreditamos que os preços do boi gordo ficarão estáveis aos praticados agora, apesar do incremento significativo esperado no consumo, que geralmente cresce entre 30% e 40%".

Os valores atuais pagos pelo boi gordo estão 32% superiores aos praticados no início do ano. A arroba na média do Estado é negociada a R$ 136, frente aos R$ 110 registrados anteriormente.

Uma das justificativas para os preços elevados é a estiagem atípica registrada no Estado ao longo do ano. As altas temperaturas e a escassez hídrica comprometeram a oferta e a qualidade das pastagens, fazendo com que o confinamento de boi gordo, sistema que possui custos mais elevados, começasse mais cedo.

Estagnação - De acordo com a analista de mercado da Scot Consultoria Maísa Modolo, o mercado do boi gordo na última semana ficou estagnado. "Com as chuvas mais regulares ao longo de novembro, um maior volume de bovinos de confinamento foi destinado ao abate, provocando estabilidade nos valores. Até então, o produto vinha acumulando uma seqüência expressiva de altas, provocada pela oferta limitada".

A tendência para o restante do ano é de mercado firme para o boi gordo. A sustentação dos preços nos patamares atuais, considerados lucrativos pelos pecuaristas, é a maior aposta.

"A demanda pela carne bovina, que sempre é estimulada pelas comemorações de final de ano e pela oferta ainda limitada é um dos fatores, que sustentarão os preços nos níveis atuais, evitando queda com a entrada de mais animais nas escalas de abate. Novas altas ainda não podem ser confirmadas, pois, as carnes concorrentes estão em queda, o que estimula a migração dos consumidores para estas opções mais competitivas".



Veículo: Diário do Comércio - MG


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