O mercado brasileiro de carne de frango se aproximou do final de janeiro refletindo um cenário nada animador. De acordo com o analista da empresa de consultoria em agronegócio Safras & Mercado Fernando Iglesias, impactado pelo ingresso de elevadas ofertas provenientes das integrações e registrando uma demanda bastante enfraquecida, tanto interna quanto externamente, os preços do frango vivo tiveram forte depreciação ao longo do mês, o que ocorreu também para o produto vendido no atacado e na distribuição.
Iglesias comenta que os custos de produção também influenciaram diretamente o desempenho do mercado de frango em janeiro, fazendo com que muitos avicultores passassem a operar com prejuízos. “Os preços do milho e do farelo de soja não pararam de subir durante o mês, ao passo que a elevada oferta e o tradicional consumo mais restrito do começo do ano impediram um movimento de reajustes nas cotações”, explica.
Na exportação de carne de frango, Iglesias destaca que o desempenho em janeiro também indica volumes bem abaixo do esperado. “Os embarques parciais dos primeiros quinze dias úteis do mês foram decepcionantes, com apenas 220,1 mil toneladas de carne de frango in natura e receita de US$ 298,5 milhões, de acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior). Tinha expectativa de um bom resultado, mas a tendência agora é de que os embarques talvez possam ficar próximos a 300 mil toneladas”, sinaliza.
Em termos de mercado interno, Iglesias afirma que no atacado e na distribuição os preços tiveram quedas no mercado paulista desde o começo do mês. Para os produtos congelados, o quilo do peito na distribuição caiu de R$ 4,70 para R$ 4,50, o quilo da asa de R$ 7,30 para R$ 7,00 e o quilo da coxa de R$ 4,10 para R$ 3,70. No atacado, o quilo do peito recuou de R$ 4,55 para R$ 4,40, o da asa de R$ 7,00 para R$ 6,80 e o da coxa de R$ 4,10 para R$ 3,70.
Nos cortes resfriados, ele salienta que os preços também se alteraram. O preço do quilo peito na distribuição desde o começo do ano caiu de R$ 4,70 para R$ 4,50, o da coxa de R$ 4,20 para R$ 3,80 e o da asa de R$ 7,45 para R$ 7,20. No atacado, o preço do quilo do peito retrocedeu de R$ 4,60 para R$ 4,45, o quilo da coxa de R$ 4,10 para R$ 3,60, e o do quilo da asa de R$ 7,25 para R$ 6,90.
Para fevereiro, o cenário ainda tende a ser de forte pressão interna, ainda que haja a tradicional melhora na demanda durante a primeira metade do mês. “Não vejo, ao menos por enquanto, uma expectativa de melhora nos preços, pois o custo segue muito alto e a oferta de carne de frango está elevada internamente. Demorará algumas semanas para que esse excedente possa ser enxugado”, avalia.
O levantamento realizado por Safras & Mercado nas principais praças de comercialização do Brasil indicou que o preço do frango vivo desde o começo de janeiro recuou de R$ 3,10 para R$ 2,55 em Minas Gerais. Em São Paulo o quilo vivo retrocedeu de R$ 3,00 para R$ 2,50.
Na integração catarinense a cotação do frango caiu de R$ 2,80 para R$ 2,45. No oeste do Paraná o preço teve baixa de R$ 2,75 para R$ 2,45. Na integração do Rio Grande do Sul o quilo vivo recuou de R$ 2,85 para R$ 2,50.
No Mato Grosso do Sul o preço do quilo vivo do frango retrocedeu de R$ 3,05 para R$ 2,50. No Distrito Federal o quilo vivo baixou de R$ 3,15 para R$ 2,55. Em Goiás o quilo vivo foi cotado a R$ 2,50, antes os R$ 3,10 do começo do mês. Em Pernambuco, o quilo vivo caiu de R$ 4,20 para R$ 4,15. No Ceará a cotação do quilo vivo retrocedeu de R$ 4,20 para R$ 4,16, enquanto no Pará o quilo vivo teve estabilidade, cotado a R$ 4,20.
Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG