Limitação da oferta da tilápia e escassez hídrica contribuíram para este resultado.
Peixes redondos como tambaqui, pirapitinga, pacu e seus híbridos apresentaram crescimento expressivo em suas produções e consumo nos últimos anos no Brasil. A alta iguala-se até à produção de tilápia, com 198 mil toneladas, no ano passado.
Entre os principais fatores para este resultado estão: a legislação ambiental que proíbe a criação de tilápia em alguns Estados da região Norte e Centro-Oeste, e a retomada da produção dos peixes redondos em Rondônia. Além disso, também contribuíram a limitação da oferta de tilápia, com a escassez hídrica de 2015, no Nordeste e Sudeste, principais regiões produtoras, e o baixo preço do pescado, em geral, para o consumidor se comparados a outras proteínas, como a de carne bovina.
Além disso, o peixe redondo ser uma espécie de rápido crescimento, hábito alimentar diversificado, fácil captura e carne de boa qualidade, despertando o interesse de novos produtores. De acordo com a assessora Técnica de Aquicultura e Pesca da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA, Brasília/DF), Lilian Figueiredo, por ser considerada uma espécie exótica, não nativa do País, a tilápia não pode ser criada em alguns estados da região Norte e Centro-Oeste.
“A norma diz que espécie não pode ser cultivada em regiões banhadas pela Bacia do Araguaia – Tocantins em razão de ferir o ecossistema aquático, sendo uma ameaça à biodiversidade nativa”, observa. A proibição acabou abrindo espaço no mercado para outros peixes.
O secretário-executivo da Associação Brasileira de Piscicultura (Peixe BR, São Paulo/SP), Francisco Medeiros, acrescenta que Rondônia, posicionado como principal estado produtor de peixes redondo do País, se beneficia de seu grande potencial hídrico e da disponibilidade de grãos para ração, a preços competitivos em relação a Mato Grosso. “Mato Grosso e Rondônia juntos respondem por quase 50% da produção de peixes dessa espécie no país, e são considerados grandes produtores os estados de Tocantins, Roraima, Amazonas, Acre e Pará; além de uma produção significativa no Maranhão, São Paulo, Bahia, Piauí e Mato Grosso do Sul”, explica..
Tanto a assessora Técnica Lilian Figueiredo quanto o secretário executivo da Peixe BR acreditam que há um potencial de crescimento da produção de peixe no Brasil devido ao constante aumento da demanda por alimentos nutritivos e saudáveis, entre os quais se incluem o pescado. Sua composição tem 20% de proteína, além de possuir aminoácidos essenciais em quantidades e proporções ideais para atender às necessidades orgânicas. Esses elementos também são imprescindíveis para a saúde da pele, cabelos e unhas. “Ainda tem como vantagens adicionais, ser um alimento de fácil digestão, ter baixo teor de gordura, com destaque para as gorduras do tipo Omega 3”, explica a nutricionista Priscila Acioli Lima. A recomendação é consumir peixe, no mínimo, duas vezes por semana.
Veículo: Site Feed & Food