Estimativa da Assocon é a de que o volume de animais caia cerca de 3,5% neste ano.
Os custos de produção mais altos e os preços elevados dos animais de reposição estão deixando os pecuaristas que investem no confinamento de bovinos pessimistas em relação à atividade em 2016. A estimativa inicial é que o volume de animais a serem confinados fique cerca de 3,5% menor no ano. A lucratividade também será afetada e a previsão é que a margem do produtor fique em torno de 50% inferior à obtida em 2015.
De acordo com o gerente-executivo da Associação Nacional dos Confinadores (Assocon), Bruno de Jesus Andrade, a queda de 3,5% também se aplica em Minas Gerais, podendo o índice ser mais elevado em algumas regiões que tenham dificuldades de adquirir insumos essenciais da atividade ou que necessitem de frete.
Andrade explica que os principais fatores de desestimulo são o aumento dos custos com produtos de nutrição, a alta nos preços dos bezerros e do boi magro e um momento em que os valores pagos pelo boi gordo não acompanham a elevação registrada nos insumos.
“O pecuarista está bem pessimista e pretende reduzir o volume de animais confinados em função dos custos elevados e da expectativa de lucro menor. O valor pago pelo boi gordo não apresentou alta próxima à registrada nos insumos e, isto, desestimula os investimentos no confinamento”, ressalta.
Segundo dados levantados pela Assocon, somente em 2015 foi verificado aumento de 28% nos preços do bezerro e de 43% no valor do boi magro. Até o momento, a tendência é de manutenção dos preços firmes para esses animais. Enquanto isso, a cotação da arroba do boi gordo ficou apenas 7,6% maior, levando-se em conta os preços praticados na região do Triângulo Mineiro.
Matrizes - “O abate de matrizes nos últimos anos foi significativo, o que comprometeu a oferta de animais de reposição e alavancou os preços do bezerro e do boi magro. Acredito que rebanho está se recompondo, mas ainda é cedo para afirmar que a recomposição é completa. Ao longo do ano poderemos ter esta confirmação. Caso a recomposição não tenha atingido o nível necessário, a tendência é que os preços do boi gordo se valorizem, com menor número de animais para atender as escalas de abate”, observa Andrade.
Outro insumo essencial para o confinamento e que está com os preços elevados é o milho. De acordo com Andrade, o valor do cereal subiu 58,8% em 2015. Em janeiro, a valorização foi de 13% na região do Triângulo. “O milho corresponde a aproximadamente 50% do custo de formulação da dieta nutricional bovina e, por isso, tem impacto muito grande”.
Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG