A Marfrig Global Foods, um dos maiores frigoríficos do mundo, encerrou 2015 com receita líquida de R$ 18,89 bilhões, salto de 24% contra o ano anterior. Para 2016, o objetivo é avançar até 26% nos resultados, entre R$ 22 e R$ 24 bilhões, com base no aumento da exportação e novos mercados, como os Estados Unidos.
O direcionamento dos negócios para o mercado internacional, aliado à desvalorização do real frente o dólar, foi fundamental para sustentar o desempenho financeiro. A companhia ainda passou por diversas estruturações, dentre elas a venda da subsidiária de aves Moy Park que colaborou para a redução do endividamento do grupo.
O limite da meta deste ano está R$ 1 bilhão abaixo da estimativa traçada no início do ano passado. "O guidance [meta] pode parecer conservador, mas é extremamente consciente. Estamos receosos de entregar um guidance que não possamos cumprir", disse o diretor presidente da Marfrig Global Foods, Martin Secco, ontem, durante apresentação de resultados. O executivo acrescentou que os preços do milho e do bezerro para reposição foram considerados na composição de uma estimativa mais modesta.
Para os investimentos (capex), o objetivo é injetar de R$ 450 a R$ 600 milhões nas operações, sem previsão de como os aportes serão distribuídos.
Entre as prioridades do ano está a melhora na rentabilidade das exportações da Marfrig Beef - braço da companhia responsável pelo segmento nacional de carnes.
"Temos capacidade [instalada] e dependemos do que vai acontecer no ano. A Venezuela está completamente fora do mercado e a Rússia comprando menos. Podemos mudar o mix dependendo de como vão ficar os mercados que vamos trabalhar", enfatiza o CEO da Marfrig Beef, Andrew Murchiel. A companhia faturou R$ 9,9 bilhões em 2015, aumento de 6% na variação anual. "O menor volume de venda e a menor capacidade de abate foram compensados pelo menor preço de venda", completa.
Um ganho na participação do food service no varejo colaborou para os números da subsidiária brasileira.
Murchiel destaca que há oito plantas operando para a China e devem ser retomados os embarques para a Arábia Saudita, além das expectativas de abertura dos Estados Unidos para o Brasil. Além disso, é possível ampliar o desempenho dos cortes gourmet e angus no pequeno varejo.
Queda nas dívidas
No ano passado, o esforço financeiro contemplou a recompra de bonds [títulos de crédito da dívida] no valor de US$ 470 milhões. Essa operação proporcionou uma economia de anual de US$ 40 milhões que seriam pagos em juros. Segundo o vice-presidente de finanças, Ricardo Florence, houve uma redução de US$ 684 milhões na dívida bruta do quarto trimestre de 2015, contra o anterior, e de US$ 1,1 bilhão em relação ao mesmo período de 2014.
O prejuízo líquido ficou em R$ 194,3 milhões no último trimestre, queda de 31,7% na variação anual, que antes registrava R$ 284,7 milhões.
Veículo: Jornal DCI