No Rio Grande do Sul, a redução dos preços da carne para o consumidor não foi tão expressiva quanto no resto do País. Segundo a indústria, representada pelo Sicadergs, isso se deve tanto à maior qualidade da carne gaúcha quanto aos investimentos em tecnologia realizados pelos frigoríficos e abatedouros gaúchos. "Temos custos maiores em relação à matéria-prima do que o Centro do País", afirma Ronei Lauxen, presidente da entidade. No entanto, ele aponta que ainda assim houve uma diminuição de cerca de 6% nos preços praticados pela indústria a partir de novembro. "No atacado, o quilo da carcaça está sendo vendido na faixa de R$ 5,80 a R$ 6,00", informou.
A fraca influência dos preços praticados no Centro do País é confirmada pelos açougues. Segundo Norberto Sbeghen, gerente da Casa Moacir, não houve diferença nos preços praticados. "Como comercializamos carne do Rio Grande do Sul, que não sofreu uma redução sensível, nossos preços não tiveram reduções importantes", afirmou.
Já Marcelo Conceição, proprietário da Casa de Carnes Bolinha, diz que a queda no preço da carne produzida no Estado só foi sentida recentemente. "De uma semana para cá a carne gaúcha teve redução de cerca de 7%", constatou. Como exemplo, ele cita a costela especial, cujo quilo custava, no final de fevereiro R$ 11,90, e hoje é comercializado a R$ 9,40. No entanto, o produto do Rio Grande do Sul ainda se mantém a uma diferença média de preço em torno de 13% maior do que a carne de outros estados. "Nossa carne é mais cara por que tem mais qualidade. O que vem do Centro do Brasil é muito usado para bife, mas para churrasco não tem o mesmo sabor", afirma.
Veículo: Jornal do Comércio - RS