O preço da tilápia, espécie comum nos rios mineiros, subiu acima das expectativas dos piscicultores

 
Na Quaresma, normalmente o preço da tilápia aumenta no Estado. Porém, para a Páscoa deste ano, os piscicultores são contemplados com um elevação maior nas cotações do produto diante do crescimento da demanda. Enquanto na Quaresma do ano passado o preço girou entre R$ 3 e R$ 4 por quilo para o produtor, em fevereiro o peixe foi comercializado entre R$ 3 e R$ 3,50 e alcançou em março variações entre R$ 4 e R$ 6 por quilo em Minas Gerais.

 

De acordo com o coordenador técnico da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), Frederico Ozanan de Souza, a piscicultura mineira mantém a produção estimada de 5 mil toneladas por ano e este volume não foi incrementado para atender à demanda. Segundo ele, os produtores não investiram mais por não acreditar em um mercado tão aquecido neste período.

 

Por causa da estabilidade na oferta do produto no período, Souza acredita que a alta nos preços deverá perdurar no Estado nestes patamares enquanto durar a Quaresma. "Fazemos um trabalho para incentivar o consumo mas este preço praticado atualmente inviabiliza que o produto chegue a classes menos favorecidas da população", lamentou.

 

Os custos para o piscicultor se mantém entre R$ 2,40 e R$ 2,50 por quilo, com a média de venda girando em torno de R$ 3,50 em Minas. Para Souza, a atividade é rentável, porém um dos maiores problemas do segmento no Estado é a falta de organização dos produtores, apontou. De acordo com ele, muitos ficam com receio de investir, o que acaba mantendo a produção estagnada e, em períodos de maior demanda, há déficit do produto no mercado, alertou.

 

Processamento - A expectativa para o setor é que o nível de profissionalização do segmento seja elevada com a finalização das obras de unidades de processamento em Cássia e em Carmo do Rio Claro, ambos no Sul de Minas. "Em Cássia, a união do setor está fazendo com que o grupo de produtores consigam reduzir os custos em até 25%, através das compras de insumos em conjunto", destacou.

 

Os piscicultores desta região estão se preparando para atender à demanda da planta processadora, que deverá começar a funcionar até o final de 2009. A unidade de Carmo do Rio Claro deverá iniciar as atividades apenas no primeiro semestre de 2010. " possível que com, a entrada dessas plantas, o piscicultor mineiro sinta-se incentivado a investir na atividade em Minas Gerais", afirmou Souza. Atualmente, Minas conta com cerca de 14 mil piscicultores, sendo que cerca de 95% deles são pequenos produtores.

 

Veículo: Diário do Comércio - MG