Preços pagos aos pecuaristas de corte em Minas estão próximos da média de 2008.
A crise econômica ainda não atingiu a bovinocultura mineira em cheio porque o setor está em um momento menos ofertante, situação que ainda sustenta o ciclo da pecuária de corte. A avaliação é do superintendente de Marketing da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), João Gilbeto Bento, ao destacar que, neste cenário, o bezerro está bem valorizado no mercado diante da redução do número de matrizes.
Segundo Bento, o abate excessivo de matrizes pressiona os preços dos bezerros para cima, com os animais podendo ser encontrados no mercado por até R$ 500. "Acredito que se não houvesse crise o setor estaria passando por um momento de alta rentabilidade. E, mesmo com essa oferta reduzida neste cenário mais difícil, os preços estão próximos da média do ano anterior", destacou.
Na sua avaliação, o criador de bezerros está vivendo um período bastante favorável, enquanto os criadores de animais de corte enfrentam um momento crítico. Mesmo com pouco produto ofertado, existem muitas pressões para a derrubada dos preços, comparou. "O mercado externo está afetando a indústria exportadora que é obrigada a reduzir custos. Com isso, o produtor sofre pressão para vender a preços menores", explicou.
Mercado interno - Enquanto isso, os custos continuam altos para a cadeia produtiva, com os insumos passando por recomposições, afirmou. De acordo com ele, o mercado interno hoje está sustentando o setor que enfrenta problemas com a redução das exportações. Essa demanda interna está conseguindo manter o giro do setor, dentro dos preços mínimos da atividade, reforçou Bento.
Segundo o superintendente, para enfrentar esse cenário de fechamento de plantas frigoríficas por todo o país, os produtores estão se voltando para o mercado interno, contando com a expectativa de retorno gradual das exportações, uma vez que os estoques externos estão sendo consumidos e os países demandantes terão que comprar para não ficar desabastecidos, ponderou.
Na semana anterior, o indicador Esalq/BM&F-Bovespa apontou a arroba do boi a R$ 80,48 no país, o que permanceu estável quando comparada à semana anterior. No Triângulo Mineiro, a arroba do boi gordo se manteve em torno de R$ 74, com perspectivas de manutenção para esta semana.
Veículo: Diário do Comércio - MG