Executivos e assessores jurídicos do frigorífico Independência reuniram-se ontem em São Paulo com representantes das federações da indústria e da agricultura do Mato Grosso do Sul para avaliar alternativas que permitam a reabertura de unidades naquele Estado.
O Independência tem três fábricas no Estado (Campo Grande, Nova Andradina e Anástácio), fechadas por conta das dificuldades financeiras da empresa, e onde foram demitidas cerca de 2 mil.
Sérgio Longen, presidente da Federação da Indústria do Estado do Mato Grosso do Sul, disse que a reabertura esbarra na questão de como dar garantias aos pecuaristas de que irão receber débitos passados. Uma possibilidade a ser analisada, disse, é incluir os fornecedores de boi no processo de recuperação judicial. A princípio, todos os credores estão sujeitos à recuperação judicial, mas uma empresa pode optar por excluir fornecedores essenciais. A inclusão dos pecuaristas no plano de recuperação do Independência ainda não está definida, apurou o Valor.
Outra opção levantada seria a adiantamento de recursos por clientes tradicionais para que o Independência possa pagar pelos bovinos. Segundo Longen, também foi discutida a eventual utilização de créditos tributários acumulados nas operações de exportação pelo frigorífico. O Independência retomou, semana passada, parcialmente, o abate em Janaúba (MG), mas as demais unidades da empresa, que tem dívidas de R$ 3,2 bilhões, seguem fechadas.
Na segunda, o pecuarista goiano Anaurus de Oliveira, pediu à Comarca de Cajamar, a falência do Independência e o indeferimento do pedido de recuperação judicial. Ele questiona o fechamento de unidades, as demissões e a concessão de mais prazo para a empresa entregar documentos referentes ao pedido à Justiça. O prazo final para entrega é 27 de abril.
Veículo: Valor Econômico