Pesca pode extinguir atum azul, diz WWF

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A pesca praticada de forma predatória e desenfreada pode contribuir para eliminar dentro de um prazo de três anos a população de atum azul em idade de procriação no Oceano Atlântico, segundo declarou ontem representantes da entidade ambientalista WWF.
Só uma dramática redução da pesca poderia salvar esse peixe, considerado um dos maiores e mais rápidos predadores do oceano, acrescentou a WWF.

 

Na véspera do início da temporada de pesca no Mediterrâneo, que dura normalmente dois meses, a WWF declarou que, no atual ritmo em que se realizam as pescarias, suas análises conduzem à conclusão de que os atuns azuis com quatro anos de idade ou mais, a idade em que ocorre a desova, irão desaparecer até 2012.
"Há anos as pessoas perguntam quando irá ocorrer o colapso dessa atividade pesqueira, e agora temos a resposta", declarou Sergi Tudela, diretor de Atividades Pesqueiras da WWF Mediterrâneo.

 

O peixe, que pode alcançar mais de meia tonelada e é mais rápido do que um carro esporte, é muito apreciado em sushis. A demanda japonesa provocou uma explosão no tamanho da frota pesqueira em atividade no Mar Mediterrâneo na última década, Muitos desses barcos usam ilegalmente aviões como apoio com o objetivo de localizar cardumes.
"O atum azul do Mediterrâneo está acabando enquanto falamos, e mesmo assim a pesca vai começar novamente amanhã, como se nada estivesse acontencendo. É absurdo e indesculpável abrir uma temporada de pesca quando os estoques da espécie-alvo estão acabando", acrescentou Tudela.

 

Grupos ambientalistas condenaram um acordo assinado em novembro passado por vários governos, especialmente europeus, para estabelecer quotas de pesca do atual azul. O grupo considera as quotas "um desastre" e "uma desgraça", e diz que os países novamente preferiram ignorar seus próprios cientistas, já que as quotas são 47% superiores ao que foi recomendado.

 

O atum azul - cuja carne vermelha chegou a alimentar os exércitos romanos, na forma de peixe seco - também é alvo da pesca ilegal. Cada vez mais restaurantes e supermercados (como a rede Carrefour na Itália) tem boicotado a venda do atum azul.

 

De acordo com o WWF, dados oficiais mostram que o tamanho médio dos atuns adultos caiu a menos da metade desde a década de 1990, e que isso teve um impacto ainda maior sobre a espécie, pois peixes maiores produzem mais crias.

 

A WWF e outras ONGs dizem que o atum azul só será salvo se a pesca parar completamente nos meses de maio e junho, quando o peixe atravessa o estreito de Gibraltar e se espalha pelo Mediterrâneo.

 

Veículo: Gazeta Mercantil


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