Produtores de carne de porco estudam medidas contra crise

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Em meio ao pânico que se instalou com o surto do vírus, batizado a contragosto de produtores, de gripe suína, o setor produtor da carne no Brasil avalia medidas para reduzir o impacto dessa nova crise e evitar mais quedas de exportações. Ontem, a Associação Brasileira das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Carne Suína (Abipecs) pediu à Organização Mundial de Saúde (OMS) a mudança do nome da gripe para não prejudicar os produtores de suínos. Diante da suspensão de exportações já impostas a alguns países, como EUA, México, Canadá e Nova Zelândia, há indústrias também avaliando a possibilidade de reduzir abates no País.

 

Até ontem, havia rumores fortes de que importadores ucranianos estariam suspendendo embarques do produto brasileiro. O próprio secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Inácio Kroetz, relatou ter recebido alguns telefonemas de exportadores reclamando de ameaças de suspensão de embarques. "Esse tipo de prática não tem razão científica e é altamente questionável, inclusive na Organização Mundial do Comércio", avisa Kroetz. Ele acredita que essas tentativas de suspensão podem ser encaradas como manobra comercial para barganha de preço e condições de pagamento.

 

Procurada pela reportagem, a embaixada da Ucrânia reiterou que o Brasil não está na lista dos países impedidos de exportar carne ao mercado ucraniano. De acordo com o representante da embaixada, a decisão do comitê de saúde animal Ucrânia dada no dia 27 de abril foi de proibir importação de carne e de derivados de carne suína de quatro países (Estados Unidos, México, Canadá e Nova Zelândia).

 

"Faz parte da negociação haver tentativa de barganhas por parte do comprador. São oportunidades que os agentes usam para obter vantagem", diz Ivanir Rocha, diretor-presidente da trading Meat Center.

 

Mas, depois de ter o embarque de uma carga suspenso por um importador russo (que foi liberada no mesmo dia, mas somente após anúncio oficial do governo brasileiro de que a gripe não estava no País), o presidente da Globoaves, Roberto Kaefer, disse que a empresa estuda reduzir abates de suínos nas próximas duas semanas até que haja uma condição mais clara de mercado. "Ainda vamos ter muita confusão pela frente. Estou preocupado com isso. Daqui a pouco não vamos embarcar mesmo", teme Kaefer. Ele afirma que pode reduzir os abates já a partir de amanhã. "Talvez em um percentual de 20%", acrescenta.

 

Após a segunda-feira de pânico, as ações do JBS, que tinham caído 12,23%, voltaram a subir (2,13%), assim como as do Minerva (5,71%) e as do Marfrig (7,33%).

 

Veículo: Gazeta Mercantil


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