De acordo com a Abef, suspensão dos russos ao produto dos Estados Unidos abriu oportunidade para o setor avícola brasileiro
A suspensão das importações de carne de frango dos Estados Unidos, decidida pela Rússia, pode ser uma oportunidade para o Brasil aumentar a participação no mercado. É a avaliação da Associação Brasileira dos Exportadores de Frango (Abef), que já estuda uma estratégia para conquistar o mercado russo.
O presidente da Abef, Francisco Turra, explicou nesta quarta, dia 3, que o setor privado estuda como aproveitar a oportunidade e busca também uma parceria com o governo federal.
– Estamos trabalhando firmes porque achamos que este espaço só pode ser brasileiro – disse ele ao Agribusiness Online, do Canal Rural, direto de Esteio (RS), onde se realiza a Expointer.
Turra afirmou que o Brasil é responsável por 40% do frango exportado em todo o mundo. Reconheceu que o aumento dessa participação com a entrada no mercado russo não é um trabalho de curto prazo, mas que será feito de forma gradual.
– Vamos começar a perceber isso em 90 dias. Primeiro se sobrou espaço para nós e eu acho que vai sobrar porque, em maio, na OIE [Organização Internacional de Saúde Animal], já recebemos um sinal. E os contratos se encerram e, de repente, quem os assume é o Brasil.
Guerra Fria avícola
Analisando a divergência entre Estados Unidos e Rússia, que resultou na interrupção dos negócios com carne de frango, Francisco Turra se disse convicto de que se trata de uma “guerra fria” [em referência à disputa entre o bloco comunista, liderado pela União Soviética, e o capitalista, pelos Estados Unidos, no pós-segunda guerra mundial].
– Nenhum país retaliou os Estados Unidos, que exportam para a União Européia, o mercado mais exigente do mundo. Se houvesse uma reação da União Européia, a Rússia poderia dizer que é problema sanitário. Mas não. Acho que é fruto dessa guerra fria que começou a acontecer.
Veículo: Canal Rural