A menor competição por boi e por mercado está ajudando na recuperação do JBS no Brasil, segundo Joesley Batista, presidente da companhia. No auge da crise, a empresa chegou a reduzir o abate para 10 mil bois por dia, capacidade que foi em parte recuperada para 15 mil animais e que deve atingir 20 mil até o final desse semestre, o equivalente a 80% de uso da capacidade instalada. "Se o mercado se recuperar bem vamos abater 25 mil bois por dia ao final deste ano, o que significa cumprir a meta estipulada na nossa Oferta Inicial de Ações", diz Batista.
O presidente do JBS explica que foi adotado um novo modelo de negócio para o Brasil, motivado pelas restrições da União Europeia à carne brasileira. "Até então, esse modelo era baseado em termos cortes mais nobres para a Europa e os menos nobres para terceiros países e mercado interno. Mas o que aconteceu é que o mercado brasileiro ficou mais forte e a Europa deixou de existir. Estamos agora tentando construir margens melhores", afirma.
Ele acrescenta que dos cerca de R$ 600 milhões previstos para serem investidos no Brasil, 80% devem ser aplicados até o final deste semestre. "Queremos estar prontos para a retomada que imaginamos que ocorrerá daqui para frente".
Marfrig
Assim como seu concorrente, o grupo Marfrig, não pretende fazer aquisições em bovinos, por enquanto. De acordo com o diretor de Relações com Investidores do Marfrig, Ricardo Florence, a empresa continua focada no seu objetivo de integração e consolidação das empresas que já foram adquiridas, principalmente nas unidades de frango e industrializados do Brasil e também da Europa. "Faz sentido ter maior produção de carne bovina no Brasil. Sim, mas por meio da expansão nas nossas próprias plantas", resume Florence.
Veículo: Gazeta Mercantil