Os presidentes da Sadia, Luiz Fernando Furlan, e da Perdigão, Nildemar Seccher, se reuniram na sexta-feira com conselheiros do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Segundo eles, o objetivo do encontro foi fazer uma apresentação informal da fusão das duas empresas. De acordo com Furlan, a operação ainda será apresentada formalmente dentro do prazo legal, que vence no dia 3 de junho. "Fizemos um primeiro contato com os conselheiros do Cade, que não conhecíamos, para dizer que estamos preparando a documentação", afirmou Furlan.
Segundo o presidente do Cade, Arthur Badin, os dois presidentes fizeram questão de frisar que a reversibilidade da operação será mantida até o julgamento da operação pelo conselho, ou seja, que a operação das duas empresas pode ser mantida separada.
De acordo com Badin, em um primeiro momento não parece haver necessidade de assinatura de um Acordo de Previsão de Reversibilidade da Operação (Apro) para garantir que a separação ocorra, mas ele ressaltou que isso só será decidido após a apresentação formal da operação ao Cade.
"Pelo que foi reiteradamente dito nessa reunião, as duas empresas asseguraram que os negócios vão ser mantidos separados, não aço que seja necessária qualquer medida", adiantou.
Durante a reunião, os empresários ressaltaram ainda a importância da fusão das duas empresas para a conquista do mercado externo. Segundo Badin, pela complexidade da operação, o tempo de análise do processo deve ficar acima da média atual, que é de 47 dias. Ele não quis, no entanto, dar prazo para a conclusão do processo.
Primo
O conselheiro do Cade, Fernando de Magalhães Furlan, se declarou impedido e não participará do julgamento da fusão da Sadia com a Perdigão no conselho. Ele é primo de primeiro grau do atual presidente da Sadia, Luiz Fernando Furlan.
Em nota divulgada no site do conselho, Furlan, que está na Hungria, diz que é parente de 4º grau do ex-ministro, o que não determina seu impedimento. "Contudo, como o meu tio [pai do ex-ministro] é acionista da Sadia, eu me declararei impedido", explicou. O conselheiro se declarou impedido em todos os casos envolvendo a empresa enquanto foi procurador-geral do Cade. "Ainda que não estivesse impedido por razões de parentesco, agora como conselheiro, de qualquer forma me declararia suspeito, já que fui chefe-de-gabinete do ex-ministro de 2003 a 2005", completou.
Veículo: DCI