O JBS, maior processador de carne bovina do mundo, confirmou ontem que comprou a unidade de abate de bovinos de Teófilo Otoni, em Minas Gerais. Na última entrevista concedida ao mercado, o presidente da companhia, Joesley Batista, disse que a empresa via oportunidades em compra de ativos, não de empresas. A unidade mineira era arrendada com a opção de compra até o final do ano. A assessoria de comunicação da companhia confirmou que o valor pago foi de R$ 16,8 milhões. A unidade tem capacidade de abate de 700 a 800 animais por dia.
A aquisição confirma a posição de Batista de não dar "passos agressivos" com aquisições diante dessa crise. "A JBS não vai fazer movimentos agressivos para tomar riscos maiores. Vamos continuar com a mesma disciplina e cuidado", disse Batista em conferência na divulgação do desempenho no último trimestre.
Resultados
No primeiro trimestre deste ano, o JBS teve elevadas perdas financeiras que comprometeram seu resultado líquido. Foram R$ 446,6 milhões em perdas financeiras e um prejuízo líquido de R$ 322,7 milhões. A empresa também amargou um aumento de 25,5% sua dívida líquida de R$ 3,3 bilhões ao final de dezembro para R$ 4,1 bilhão em 31 de março. No mesmo período, o Ebitda consolidado (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações), ou seja, a geração de caixa, recuou 20%, de R$ 265,9 milhões para R$ 211,5 milhões. Com isso, a relação desse indicador com a dívida líquida piorou de 1,95 vezes no quatro trimestre do ano passado para 2,52 vezes nos primeiros três meses deste ano.
Veículo: Gazeta Mercantil