A carne suína brasileira é consumida por mais de 80 países, mas enquanto regiões como a Europa registram consumo anual de 45 quilos por pessoa, no Brasil esta média é de 12 quilos. De olho nas causas do baixo consumo, a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) reuniu uma série de estudos desmistificando o produto entre brasileiros.
“Na história das relações entre produção e consumo, é provável que nenhum produto tenha sido tão injustiçado quanto a carne suína”, afirma o presidente da ABCS, Rubens Valentini. “A carne suína não é transmissora de doenças, nem precisa ser bem passada para ser saudável”, completa.
Valentini explica que o maior preconceito sobre a carne suína está relacionado à doença conhecida como cisticercose, transmitida pelos ovos da tênia.
De acordo com ele, o principal problema da infecção da carne está na criação. “Prevenir a doença é fácil, é só não criarmos os suínos como porcos”, disse O estudo “O impacto da carne suína sobre a saúde humana”, realizado pela ABCS, explica que o suíno é um hospedeiro intermediário da teníase. Sua contaminação acontece pela ingestão de ovos da tênia no solo ou nos alimentos. Com a criação em confinamento e alimentação exclusivamente com ração vegetal, a contaminação tornou-se nula.
“Se o consumidor procurar por uma carne inspecionada, não correrá risco de levar produto contaminado para casa”, comentou o superintendente da Adab, Altair Santana. Médico veterinário, ele conta que a experiência em frigoríficos no interior da Bahia demonstram a segurança da carne suína legalizada.
“Nós encontrávamos mais cisticercose em carne bovina do que em suínos”, conta.
Apesar do pequeno rebanho suíno na Bahia, existem matadouros certificados para o abate.
De acordo com Altair Santana, o perigo está na carne de um animal criado solto, abatido clandestinamente e vendido em feiras livres, principalmente, no interior.
Veículo: A Tarde - BA